quinta-feira, 27 de agosto de 2009

A média do Chiclete com Banana

Ando tendo testes diários de paciência. Todo santo dia, cinco dias úteis na semana, durante oito ou mais horas. Mas aí resolvi organizar isso, dividir tudo pelas minhas ínfimas 24 horas. É coisa muita pra tempo pouco, acredite. Principalmente para mim, que fico inventando de fazer um monte de coisa ao mesmo tempo.

No final das contas, são seis horas de sono (em média. às dá vezes menos) e oito horas de trabalho (em média. às vezes dá mais). Algumas horas perdidas, nesse meio tempo, para ler minhas revistas (estou com três Rolling Stones atrasadas) ou meus livros (faz seis meses que eu tento concluir esses dois aí do lado). No carro, eu ouço música por uns 15 minutos ou meia hora, dependendo do tamanho do engarrafamento. Aí ainda sobra tempo pra falar ao telefone, mandar e-mails (incontáveis por dia, mas nenhum que tenha algo realmente relevante, como ter notícias da minha irmã ou do meu pai), ver novela e assistir telejornal.
Ah, sim... pela manhã, eu leio jornais e sites e fico confabulando e resmungando quando aparece algo que não gosto. Ou seja, todo dia.

Faz 15 dias que adio minha prova de inglês... vixe. Vou precisar fazer hora extra hoje.

Ademais, voltanto ali aos 15 minutos de engarrafamento musical, estava ouvindo o acústico de Lenine (aquele mesmo, da MTV) que eu comprei no último final de semana (nas Lojas Americanas, por R$ 9,90, numa capa de papel). Então... na última faixa do CD, ele faz uma mistura (um pot-pourri) de algumas músicas. Uma delas é "Chiclete com Banana", de Jackson do Pandeiro.

Eita, eu ouvia muito quando era criança.

A música está nos 2'40'' e pouco da faixa e só tem uns 20 e poucos segundos. Eu fico dirigindo e tentando voltar o CD para a parte onde a música começa (saudades das fitas K7s)... Depois vou atrás da versão original, na voz de Jackson. Por enquanto, bora ficar com a letra.

Caramba, essa letra é muito boa!


MUSIQUE-SE

Chiclete com banana
Voz: Jackson do Pandeiro
Composição: Gordurinha e Almira Castilho

Eu só ponho bip-bop no meu samba quando Tio Sam pegar o tamborim
Quando ele pegar no pandeiro e no zabumba
Quando ele aprender que o samba não é rumba
Aí eu vou misturar Miami com Copacabana
Chicletes eu misturo com banana
E o meu samba vai ficar assim:

Tirurururiruri bop-be-bop-be-bop

Quero ver a grande confusão
É o samba-rock meu irmão
É o samba-rock, meu irmão
Mas em compensação, eu quero ver um boogie-woogie de pandeiro e violão

Eu quero ver o Tio Sam de frigideira numa batucada brasileira


Do JC Comunicação & Marketing

Moema Luna, do Jornal do Commercio

Microsoft, erro de marketing?
27/Ago/2009

Por que a Microsoft modificou a fotografia de uma campanha publicitária da empresa na Polônia para apagar um homem negro da imagem? Quem sabe!! Mas que pegou mal para a marca, pegou. A repercussão foi impressionante, ontem só se falava nisso. Resta saber se a opinião pública imputará consequências de mercado, além da indignação momentânea. Assim como as pessoas, as marcas têm biografia.

A foto da propaganda, retirada ontem do site oficial, exibia uma mulher branca, um homem negro e um asiático, sentados em torno de uma mesa de reuniões. Mas a mesma fotografia, na versão polonesa da propaganda, apresentava um homem branco em vez de um negro, mas o japonês permaneceu na foto. No Twitter, a Microsoft classificou a iniciativa de “um erro de marketing”. Ontem, pediu desculpas.

» O ANTES E O DEPOIS

O antes e o depois publicado pelo site da Veja. O site, inclusive, diz que a substituição foi feita por montagem. Apenas as cabeças dos homens foram trocadas e a mão no cartaz alterado permanece a do homem negro. O IDG Now disse ainda que o laptop usado pelo executivo é, na verdade, um Macbook, da rival Apple, com o logotipo apagado.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Racismo e suas cores?

Comentários rondam alguns sites, sobre essa foto aí:


Veiculada em sites da Microsoft, a primeira foto (com o homem negro) foi modificada para utilização no site da empresa na Polônia. A cabeça do negro foi substituída pela cabeça de um homem branco. Talvez a “adaptação” não tivesse sido tão facilmente percebida, não fosse um detalhe: quem fez o transplante de cabeça esqueceu-se de adaptar as mãos do indivíduo à sua nova condição racial.


Segundo o G1 (www.g1.com.br) Tem gente dizendo que a “miscigenação” foi uma tentativa da Microsoft de “agradar a todos os gostos ao ter um homem com face branca e mãos negras”.


[Por favor, né? O que é isso? Uma mutação genética causada pelo efeito estufa? Então, façamos um negro ruivo, um índio afro ou um branco de beiços pendurados e saímos agradando todo mundo]


O papo ainda levanta a possibilidade da Micro ter cometido essa falha técnica propositalmente, a fim de “refletor melhor a composição étnica da população da Polônia”.


[Os poloneses de cara branca e mãos negras precisam ter seu código genético URGENTEMENTE desvendado pela ciência...]


Mais sobre a Polônia e sua população de duas cores aqui.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Uma história, uma charge [2]

Meses de denúncias e escândalos, mas Sarney não larga o osso e continua na presidência do Senado. Agarrado à ele, partidos aliados que se dividem internamente entre quem concorda em apoiar a múmia da política maranhense e quem, por surtos de consciência ou conveniência, prefere prostrar-se diante da opinião pública como ferrenho opositor.

A senadora Marina Lima deve filiar-se ao Partido Verde, agora que deixou o PT depois de 30 anos. Não há informações de que ela vá aproveitar a nova aliança para lançar-se como candidata à presidência, mas a própria senadora afirmou que a mudança se deve ao seu “desejo de fazer mais pelo meio ambiente”. Dilma que se cuide.


Falando em Dilma, parece que vão afastá-la das confusões. Uma estratégia (tardia?) de poupar sua imagem para as eleições presidenciais.


E FALANDO EM HISTÓRIAS...

Líder do PT no Senado, Aluísio Mercadante disse semana passada que deixaria o cargo por não concordar com o apoio declarado do PT ao presidente Sarney. O presidente Lula interveio.


Mercadante mudou de ideia.



Ronaldo, do Jornal do Commercio

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Toca Raul!!!!

“Eu não sou besta pra tirar onda de heroi/ Sou flagelado, eu sou caubói/ Caubói fora da lei...”
Esta é a lembrança mais remota que tenho de Raul: tarde de domingo, meu tio já meio “calibrado”, cantando “Caubói fora da lei” ao violão.

Eu adorava essa música, viajava na letra, mas não fazia nem ideia de quem a teria assinado. Aliás, na época, eu ainda pensava que músicas sempre existiram, como uma "geração espontânea"... como se não houvesse uma mão humana em seu processo.

Numa certa segunda-feira, em 1989, eu estava na casa da minha avó quando ouvi Cid Moreira dizer, no Jornal Nacional, que Raul Seixa havia morrido. Lembro-me de ver o clip de "Gita" (abaixo), quando Raul parece flutuar e, depois, em BG, tocarem “Caubói fora da lei”. Foi aí que a ficha caiu. Eu tinha seis anos.




Depois, fui conhecendo mais composições de Raul, quando descobri entre os CDs do meu pai, uma coletânea que tinha um encarte desenhado em cores claras. Imagine o que as letras metafóricas de Raul eram capazes de reproduzir na minha cabeça? Quando ouvia "Eu nasci há 10 mil anos atrás", eu também via Cristo ser crucificado, o amor nascer e ser assassinado, bruxas pegando fogo e, claro, o Conde Drácula se escondendo atrás da capa.

Hoje eu li muitas coisas sobre a data: 20 anos da morte de Raul, cantor baiano que falecera em 21 de agosto de 1989, vítima de si mesmo, aos 44 anos. Li inclusive um post de Paulo Coelho, em seu blog hospedado no http://www.g1.com.br/, em que ele pincela rapidamente sua produtiva parceria com Raulzito.

Reproduzi aqui dois trechos que achei mais interessantes. E, como não se pode deixar de dizer num dia como hoje: "Moço, por favor, mê dê mais duas fichas da radiola. Eu quero ouvir Raul".


Como declarei para a revista “Rolling Stone”, vinte anos atrás eu estava fazendo o Caminho de Roma quando soube de sua morte em uma cabine telefônica. Liguei para o Brasil (como fazia uma vez por semana) para ver se minha mulher estava bem. Tinha três moedas de cinco francos no bolso, um minuto e meio de conversa. Eu disse: “oi Cris, tudo bem?”. E ela: “Não sei se eu te conto”. Caiu a primeira moeda, depois a segunda e daí ela disse: “O Raul morreu”. Caiu a terceira moeda.

(...)



Fico muito contente ao ver que hoje Raul está mais vivo que nunca. Mas não se iludam: em seus últimos anos de vida era motivo de chacota para apresentadores de TV, e sistematicamente ignorado ou atacado pela imprensa. Eu acompanhei isso de perto – não é informação que me passaram. Mais de uma vez Raul me perguntou: “por que os jornalistas me odeiam tanto?” Infelizmente, a tragédia consagra. Assistimos a Jim Morrison no passado, e assistimos a Michael Jackson agora. A imprensa fez tudo para destruir Michael Jackson e, quando ele morreu, a comoção popular foi gigantesca. Longe de mim dizer que Raul morreu porque sentia-se rejeitado – sua morte foi uma escolha, e ponto final, não cabe a ninguém julgar sua decisão. Mas se estivesse vivo, não sei se seu ( ou nosso, dependendo das músicas) trabalho teria a repercussão que merece. Quem tiver paciência, que leia o brilhante discurso feito por Marco Antonio logo depois da morte de Julio Cesar, em “Julius Cesar” de Shakespeare.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Uma história, uma charge [1]


Miguel, do Jornal do Commercio

E o que há na política?

Eu ando sem saber exatamente sobre o que escrever, simplesmente porque tem coisa demais pra se falar. Digamos que eu ainda não domino a exímia arte da edição, que seleciona aquilo que considera mais relevante para conhecimento alheio. Inclusive, li num livro de teorias da comunicação que essa "seleção natural" é totalmente empírica, pessoal. Enfim...

Algumas coisas têm me incomodado dias pra cá, como a história da menina que foi pra Disney e morreu no voo de volta. Não é pelo fato em si, que acaba quase descartando chances de fatalidade mas pelos meios. A menina doente, sem os devidos cuidados, a sugestão da guia para que ela "disfarçasse" o abatimento com maquiagem e óculos escuros, os sintomas no avião... Agora, a imprensa divulga que o nome da guia que acompanhava o grupo nos EUA, não consta no cadastro obrigatório da Federação Nacional de Guias de Turismo (Fenagtur).


A agência de turismo continua a divulgar notas de esclarecimentos, tentando justificar uma sequência de impropérios que acabou na morte da menina. O problema é que o resultado já é fato consumado: os pais da menina de 15 anos só souberam da morte da filha quando foram buscá-la no aeroporto.


Outra história que já vem se arrastando faz tempo e parece não ter prazo para conclusão é a saga do velho José Ribamar e seus desmandos. Num dos cumes do poder brasileiro, o político carrega os ares de coronel dominador, que dá ordens e espera ser obedecido. Antes dele, muitos já faziam o que queriam, mas com medo do monstro da opinião pública, criaram o método da surdina onde eles fingem que não fazem para alguém fingir que não vê. Ribamar gostou da ideia.


Daí foram 660 e poucos “atos secretos” (nome bonito pra “safadeza debaixo dos panos”) descobertos dia desses e mais num sei quantos mais recentes. Somados, passam de mil os indícios que nós somos eleitores burros e insistimos em repetir o que, de fato, não sabemos fazer: escolher políticos. Metemos os pés pelas mãos ou na jaca; elegemos ladrões cada vez mais gabaritados.


Aliás, gabaritados, com currículos vastos, como o do senhor José Ribamar. Eu não sei quando ele começou na política, mas nos meus arquivos pessoais, lá no início da minha vida consciente, em 1985, ele já era um velho caquético que ocupava a presidência da república. Saberia tempos depois, na escola, que ele só chegou ali porque teve a sorte (?) do titular morrer antes da posse.


Lembro-me muito bem...


E segundo relatos do meu avô, José Ribamar é filho de um cidadão que atendia pelo “singelo pseudônimo” de Zé do Brinco, natural das bandas de Correntes, aqui mesmo em Pernambuco. A mãe foi parar no Maranhão, levando junto o pequeno rebento, e acabou casando por lá, com um homem rico que registrou o menino como dele. O "pobre homem" mal sabia que estava pondo seu nome no futuro chefe de uma quadrilha familiar, onde tudo que é de safadeza e falta de escrúpulos já vai incluso nos genes. Hoje, ele preside o senado (que de tão "útil" à nação, teve extinção proposta) e atende pelo “singelo pseudônimo” de José Sarney.


E olhe que já em 1861 - para ser mais exata, em 1° de novembro de 1861 - Machado de Assis já registrava em uma das suas crônicas:


O que há de política? É a pergunta que naturalmente ocorre a todos, e a que me fará o meu leitor, se não é ministro. O silêncio é a resposta. Não há nada, absolutamente nada. A tela da atualidade política é uma paisagem uniforme; nada a perturba, nada a modifica. Dissera-se um país onde o povo só sabe que existe politicamente quando ouve o fisco bater-lhe à porta.



SARNEY: el bigote que roba