sábado, 30 de outubro de 2010

E, como sempre, ele tem a razão

"Perfeição é coisa pra menininha tocadora de piano". (Nelson Rodrigues)
(
Por favor, não me deixem esquecer disso).

sábado, 16 de outubro de 2010

Momento mulherzinha

Tudo bem que tem gente que diz que o IC é um blog cabeça, mas, antes de tudo é um espaço democrático. É um espaço para o bom gosto. E tudo bem que no quesito "homem", meu dedo é podre, como já me disseram algumas amigas, mas isso não pode ser impedimento para que eu aprecie os mais bem acabados da espécie. Sim, claro, até com respaldo de Cazuza, que dizia sabiamente que é a tal da futilidade que nos salva. E pra mim que tenho vivido momentos tensos durante o dia, chegar em casa e dar de cara com a edição de outubro da Rolling Stones foi um bálsamo. Meninas, apreciem:


Foi pouco, eu sei. Mas como eu estou numa fase bem generosa (e até paciente demais), coloquei outras. Até por que, pra quê se contentar com pouco se você pode ter mais?







Os sem-graça, chatos, bobos e infantis que me perdõem, mas ser homem é fundamental. Ok, ok, pelo menos na aparência, ele e tudo, né?

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Lições para um repórter de rua

Dia a dia de repórter é difícil, pode acreditar. Começa pelo horário - você pode até saber que horas começa, mas nunca a hora que vai conseguir apurar tudo e dizer tchau ao editor. É cansativo, muitas vezes penoso, mas a gente se diverte (ou não) e aprende (e muito) todos os dias.

Fui pautada para acompanhar a volta ao trabalho dos bancários, que estavam em greve desde o dia 29 de setembro. Às 10h, já estava pelo meio do mundo, perguntando às pessoas sobre eventuais problemas causados pela paralisação de 15 dias. Olhem, é na rua, abordando estranhos e buscando informações, onde estão as verdadeiras lições do jornalismo.

Entrei com a fotógrafa Nathália Bormann na agência da Caixa Econômica Federal que fica próxima ao Teatro de Santa Isabel para conversar com as pessoas que estavam na fila sobre seus afazeres nesse primeiro dia de retorno. Eis que abordo uma senhora negra, aparentemente de uns 40 anos:

- Bom dia, como é o nome da senhora?
- Bom dia, é Marize...
- Com "z" ou com "s"? [eu, anotando]
- Não sei, olhe aqui... [ela, me entregando a carteira de identidade]
- É com "z", dona Marize... a senhora faz o quê?
- Tomo remédio controlado
- Ah, sim... e a senhora veio fazer o quê aqui no banco?
- Vim buscar o auxílio moradia. R$ 150, minha filha, vê se pode... 

E dona Marize me contou que completa o aluguel do apartamento onde vive com mais sete pessoas com mais R$ 100. "Não dá pra nada", resmungou, antes de seguir na fila. Dona Marize estava naquela fila pra pedir nova senha ao banco - ela não lembrava mais da antiga e esperou os 15 dias da greve para sacar o dinheiro.

Eu aprendo todo dia que o mundo aí fora é bem grande. Muitas vezes, triste e injusto.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

"Cada um enxerga o que quer ver"

Do Acerto de Contas, a velha (e caquética) imparcialidade do jornalismo:


Na legenda da foto, lê-se:

SEM COMUNHÃO Dilma assiste a missa em Aparecida (SP) ao lado de Gabriel Chalita (PSB); ela não comungou e deu a entender que a doença a reaproximou de Deus”

Leitor, duvide, investigue, use o google:



Ambas imagens, de Joel Silva, da Folhapress.
Preocupante.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Na agulha

Baby, suporte
Composição: Cazuza



Suporte baby, baby suporte
Suporte baby, baby suporte

Amor escravo de nenhuma palavra
Não era isso que você procurava?
Não viu no fundo da retina a mágoa?

A luz confusa onde tudo é o nada...

A esperança está grudada na carne
Que diferença há entre o amor e o escárnio ?
Cada carinho é o fio de uma navalha

Oh, baby, não chore
Foi apenas um corte
A vida é bem mais perigosa que a morte
Suporte
Oh, baby, suporte

Suporte baby, baby suporte
Suporte baby, baby suporte

sábado, 2 de outubro de 2010

"Brasil, mostra a tua cara"

Bem, às vésperas do dia em que é fundamental lembrar quem somos, eu achei essa notícia do site de Cazuza. Trata-se do manuscrito de "Brasil", presente de George Israel para Serginho Groisman.

É bom lembrar do que diz a letra. É bom lembrar que ela foi escrita em 87 e continua fazendo todo sentido. Na verdade, é triste.


Não, inveja é coisa feia, medito.


"Sempre tive horror de política, mas tem coisas que você não precisa saber, qualquer burro vê. 'Brasil' é uma música crítica mas não tem nada a ver com uma fase 'política'. Eu simplesmente passei o ano passado (86) do lado de dentro e quando abri a janela, vi um País totalmente ridículo. O Sarney, que era o não diretas, virou o 'rei da democracia'. 'Os fãs de hoje são os linchadores de amanhã' (frase de Millôr citada em "Vai à luta"). O Brasil é um triste trópico".

Cazuza, em 20/03/1987