segunda-feira, 20 de fevereiro de 2006

Municipalize-se o Carnaval de todo dia...

Frustradamente, perco o baile de carnaval que queria ir. Fui protelando, até deixar para o último dia, a compra do ingresso. Ao chegar na loja, o vendendor disse que haviam acabado. Desolada, mas não triste, optei por passar o velho sábado em casa.

Mas eis que surge a outra opção carnavalesca. Encontro uma das figuras mais peculiares que apareceram na minha vida e ela, sim, topa a tal empreitada. Pois estávamos as duas, sábado à tarde, ainda decidindo o que vestir. Duas horas depois, como por mágica, eramos duas ridículas 'meninas superpoderosas' embora desprovidas de qualquer poder... mas, poderosos foram somente as risadas que dei durante toda a noite. Não fossem pelas fantasias, eram pelas falas completamente insanas da minha comparsa. À cada verso, uma deixa crítica...

"Madeira do Rosarinho
Venha à cidade
Sua fama mostrar..."

"Olinda, quero cantar
À ti essa canção
Teus coqueirais, o teu sol, o teu mar.."

"Quando fevereiro chegar
Saudade já não mata a gente
A chama continua..."
Carnaval é bom. Faz fantasia dos problemas, realiza as fantasias e ameniza aqueles amores desencontrados que a vida insiste em nos impor. Daí chega a segunda-feira e sua cruel realidade.
Aí você acorda, ainda meio sonolento, e percebe que tudo não passou de um sonho.
(Continua na 'segunda-feira', embora esta já esteja se acabando. O problema é que a inspiração foi-se com as horas que se adiantam. Desisto! Fica pra amanhã...)

terça-feira, 7 de fevereiro de 2006

"Poema", de Cazuza... Cantando a dor e a perda

Cazuza fez esta música quando sua avó, a quem ele amava muito, morreu. É o saudosismo do poeta, que acaba por adoçar um pouco a dor... como se fosse possível...

Em homenagem à alguém que se foi. Mas eu nem mesmo conheci.

Eu hoje tive um pesadelo e levantei atento, a tempo
Eu acordei com medo e procurei no escuro
Alguém com seu carinho e lembrei de um tempo
Porque o passado me traz uma lembrança
Do tempo que eu era criança
E o medo era motivo de chôro
Desculpa para um abraço ou consolo

Hoje eu acordei com medo, mas não chorei
Nem reclamei abrigo
Do escuro eu via um infinito sem presente
Passado ou futuro

Senti um abraço forte, já não era medo
Era uma coisa sua que ficou em mim (que não tem fim)
De repente a gente vê que perdeu

Ou está perdendo alguma coisa
Morna e ingênua
Que vai ficando no caminho
Que é escuro e frio, mas também bonito
Porque é iluminado pela beleza do que aconteceu
Há minutos atrás.
(Cazuza/Frejat)