quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Aí um dia

Aquele ciclo diário de amanhecer e alvorecer camufla o passar do tempo em meio à rotina. Os dias passam e carregam semanas, meses, anos... e, se você não for um exímio observador, nem se dará conta disso.

E ele continuou a passar. Você cresceu, viu suas mudanças físicas e nem se deu conta de que estava envelhecendo, apesar de nem se reconhecer mais nas fotos de anos trás. E quando, finalmente, percebeu o tempo, lamentou-se por todas as coisas que deixou de fazer, por todas que renegou para depois. Aí nessa hora, lembrou de pessoas que passaram, de oportunidades perdidas e de tantas outras coisas.

O problema é que, de tanto ver os dias amanhecerem e anoitecerem, de tanto ver o amanhã chegando, você se aquieta e vira mero expectador. Sentado, lamenta demais e reage de menos.

Por esses dias, comecei a perceber que não vou mesmo conseguir segurar o tempo. Já vi os primeiros sinais de idade nos meus pais, vejo amigos de infância casando e me pergunto onde estava que não vi as coisas acontecerem?

De hoje em diante, ficarei bem atenta às horas do dia, cientes que elas são tão parte da vida quanto os sonhos e planos que almejamos para o futuro.

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Fiquei por três dias cozinhando esse texto até postá-lo aqui. Não sabia exatamente o que ele queria dizer, mas achava que não tinha mais nada a acrescentar. Acho lições de vida tão inúteis quanto as de moral e seria totalmente dispensável, como assim é, que eu tornasse este texto uma lição de como enxergar as coisas.

Creio que não somos nós que fazemos nossas escolhas, mas que elas também nos fazem. Eu sou resultado de cada uma das minhas escolhas; e mesmo que, aqui, não queira a elas creditar qualquer predicado, não me arrependo de qualquer uma delas.

Hoje, recebi por e-mail um vídeo muito inspirador. Era o que eu precisava para me fazer compreender aqui. Acesse:


http://video.google.com/googleplayer.swf?docid=-3827595897016378253&hl

Musique-se

Alvorada
(Cartola)

Alvorada lá no morro, que beleza
Ninguém chora, não há tristeza
Ninguém sente dissabor
O sol colorindo é tão lindo, é tão lindo
E a natureza sorrindo, tingindo, tingindo (a alvorada )

Você também me lembra a alvorada
Quando chega iluminando
Meus caminhos tão sem vida
E o que me resta é bem pouco
Ou quase nada, do que ir assim, vagando
Nesta estrada perdida

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