domingo, 9 de janeiro de 2011

Enquadramos no peculato?

Eu fico muito intrigada com a importância que se dá às coisas. Nesse jogo de ranking, o que deveria ser mesmo importante acaba, quase que invariavelmente, delegado a segundo plano. E não pense você que estou aqui novamente a desabafar sobre desagrados. Esta, sim, é uma posição consolidada, uma teoria firme com ano de "estudos" e análises.

Mas deixemos de arrodeios...

No final do ano - aliás, o fim de um ano eleitoral - o brasileiro foi estapeado com aquele aumento imoral dos deputados federais. Aqui em Pernambuco, os estaduais também se deram ao trabalho de reajustar o próprio rendimento. Se alguém aí conhecer palavra melhor que IMORALIDADE para definir tal conduta, me avise. Por ora, eu sugiro PECULATO, que me soa mais direto.

A imprensa divulgou o aumento, liderado por Inocêncio Oliveira, político da pior espécie, mas hoje, poucos dias após, do que nos ocupamos? Alguns, de reclamar o parco aumento dado ao salário mínimo - que deve passar de R$ 510 para R$ 540 (e nem um centavo a mais, já gritou Mantega). Outros, em desvendar os mistérios da nova vice-primeira-dama:


Ranking do site da revista Época

Ah, sobre o mínimo: o aumento de R$ 30 corresponde a 5,88% sobre valor atual. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve fechar o ano acumulando crescimento próximo a isso - até novembro, estava em 5,25%. Então isso significa que Lula, que herdou de FHC um mínimo de R$ 180 e injetou-lhe um primeiro aumento de 20%, termina seus trabalhos compensando a inflação. Ou seja, não fez mais do que manda a Constituição Federal. Aí o Governo Dilma começa com esse aumento de salários absurdo para essa raça indizível dos deputados?

E você com isso? E aí? Enquadramos no peculato?
Por ora, eu continuo esperando a reforma tributária...

Um comentário:

Mr. Luna disse...

Como é bom ler tuas coisas!! Adoro essa "revoltinha" dentro de você. kkkkk Bjão