Nasce Suzana Flag
"A história começava com um casamento entre uma jovem feia e ingênua e um viúvo dominador que não conseguia esquecer a primeira mulher - linda, inteligente, fabulosa -, todos morando numa fazenda isolada. Até aí era um plágio de 'Rebecca, a mulher inesquecível', de Daphne de Maurier, que Nelson vira no filme de Hitchcock com Joan Fontaine e Laurence Olivier. (Os moleques chamavam o filme de 'Recível, a mulher inesquebeca'.) Mas, dali para frente, sentia-se o dedo rodrigueano: a primeira mulher morrera estraçalhada por cachorros em uma situação misteriosa. O viúvo, aleijado de uma perna, tinha um irmão irresistível que passara a dar em cima da nova cunhada. Esse irmão tinha uma amante escondida na floresta e, dentro da casa da fazenda, havia uma prima a fim do viúvo. Os dois irmãos tinha uma mãe dominadora e as subtramas ficam por conta de um pelotão de irmãs solteironas e virgens.
Leão Gondim, entusiasmado, rugiu OK. Os seis capítulos começariam a sair enquanto Nelson seguiria fazendo outros, para ter sempre alguns à frente. Precisavam de um título - e de um pseudônimo, porque Nelson, o autor 'sério', não queria assinar o folhetim. Para que não tivesse dúvida, deveria ser um pseudônimo feminino. Freddy concordou, mas achava que deveria ser um nome inglês - se fosse brasileiro, ninguém leria. Nelson insistia num nacional, algo assim como Suzana, nome da mulher de seu primo Augusto. Freddy cedeu e forneceu o sobrenome.
Daí nasceu 'Suzana Flag'. Com essa assinatura, o título do folhetim só pode ser aquele: 'Meu destino é pecar'."
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