quinta-feira, 24 de maio de 2007

Sal e chocolate

Uma semana pesada, digna de dores musculares e cefaléias insuportáveis. As mãos perdem o compasso no ritmo frenético de toques no teclado e eu tenho que espremer os olhos que ardem para compreender o que eu mesma escrevo e já não consigo mais acompanhar.
Apesar das dores físicas, eu curto esses momentos de “parto”, só para ter o prazer de contemplar o filho pronto depois. Deve ser alguma coisa que restou de um tal instinto maternal ou, até mesmo, um pouco de masoquismo, como aquelas pessoas que gostam do prazer de sentir dor...
Ah, sei lá.
Faz uns 15 dias que estou dormindo no chão do quarto por causa das dores de coluna. Antes seria a idade, não fosse a má postura na cadeira do computador. O que deveria ser lazer, virou obrigação. E das piores.
Mas ainda há prazeres, e dos melhores. Como falei, o bem-estar do trabalho completo é, pra mim, uma coisa impagável. “To vendo o trabalho imprimindo e fico arrepiada”, disse para um amigo hoje, pelo MSN, logo que terminamos uma pesquisa de meses. Ele riu, mas eu falava a verdade. A impressora cuspiu 37 páginas e eu fiquei lembrando das brigas, dos e-mails, da reunião de marco teórico e dos dias, embaixo do sol forte, aplicando questionários. A nota nem saiu, mas já posso dizer que aprendi, e muito.
Preparar aulas também me dá trabalho. Tenho que ler, estudar, revisar, mas a ficha pronta e as gargalhadas nas aulas são o melhor pagamento. Sinto quando, às vezes, me pego mais feliz naquela horinha da quarta-feira do que nas minhas 25 horas semanais brincando de ser jornalista.
Mas deve ser sempre assim, imagino. Tudo compõe as paredes da vida. Tem uma criatura muito amada que me falou algumas vezes de uma metáfora com sal e chocolate. Eu não me lembro exatamente da frase, mas sempre ligo isso aos sabores da vida; ora, pitadas de sal, oras barras enormes de chocolate. Eu acredito muito em metáforas. Nas palavras...

Enfim.

Quem me conhece sabe que eu tenho uma fileira de primos pequenos. Dos meus dez primos, apenas uma é mais velha que eu. Com idades que variam dos 13 à 1 ano e meio, eles me divertem (não que a minha prima mais velha não seja uma figuraça, cabeça de vento), quando não tiram a minha paciência. Tem um trio quase paraibano que consegue me deixar variando entre a louca paixão e a raiva.

Fica o registro.
E viva o poder das minhas palavras e da vossa persuasão.

Cheiro.


Lucas e Lydia

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