"Quero apossar-me do é da coisa.
Quero possuir os átomos do tempo.
Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido.
Eu não: quero uma verdade inventada.
Mas bem sei o que quero aqui: quero o inconcluso.
Quero a profunda desordem que no entanto dá a pressentir uma ordem subjacente.
Um dia eu disse infantilmente: eu posso tudo.
Era a antevisão de poder um dia me largar e cair num abandono de qualquer lei."
Clarice Lispector
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