segunda-feira, 30 de abril de 2007

E quanto eu penso que já vi de tudo...

Cidadezinha de interior de Sergipe.

Um seqüestrador, na noite do último sábado, mantém três pessoas reféns durante um assalto a uma farmácia. Eram três mulheres; a dona da farmácia, uma jovem de 17 anos e uma criança de 11.

O Fantástico mostra a cara dele, filmada enquanto tentavam a rendição, a mãe e uma prima do assaltante e um psicólogo. A repórter diz que o marginal tem 18 anos.

Quatro horas depois, ele joga a arma e, baleado de raspão, é levado ao hospital em uma ambulância. Quando se pensa que a agonia acabou...

A dona da farmácia foi baleada. A jovem de 17 e a criança de 11 anos também. A multidão na rua tenta parar a ambulância aos gritos. A ambulância arranca, levando o criminoso e deixando para trás as vítimas, que foram socorridas no carro da polícia.

Hoje, o Jornal Nacional mostra as mesmas cenas. Mas agora, camufla a cara do assaltante. Na nota pelada, Fátima Bernardes diz que ele é menor de idade...
Assim como as suas vítimas, enterradas ontem, e que tiveram suas caras muito bem vistas na televisão.

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Nesse mundo, a inversão de papéis me surpreende. E eu não pude deixar de ficar com os olhos marejados.
Mesmo lidando com fatos grotescos todos os dias, que negam totalmente a natureza que eu acredito que deva ser a humana, ainda me afeto com isso...

Isso afeta tudo. E muda o mundo...

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