quinta-feira, 12 de abril de 2007

Era 12 de abril de 1985 e...

Estava tudo bem. Eu tinha pais novinhos, ambos com 23 anos, só pra mim. Era a cara do papai, o orgulho da mamãe e o xodó das vovós, do avô e dos tios, que adoravam a figura branquela, barriguda, birrenta, risonha e cheia de charmes e poses.

Passava-se 1 ano e 9 meses que eu tinha chegado por essas bandas. E foi aí que o sossego acabou.

Feia, enrugada e meio avermelhada. Era essa a imagem que vi quando cheguei e me deparei com a MINHA mãe com outro bebê no braço. E como era feio! Vovó disse que era minha irmãzinha e eu, muito sagaz, previ que aquilo tudo cheirava a problema! E, sim, eu estava certa!

Ela não só se apossou do berço que era meu, como começou a ocupar tempo demais da minha mãe e passou a ser o xodozinho do meu pai, que via naquele embrulho chorão a menina dos seus olhos. Para mim, sobrou o árduo papel de irmã-mais-velha...

"Me lasquei" - teria pensado!

O fato é que a gente se entendeu. Na pior das hipóteses, trocavamos ponta-pés, beliscões, puxões de cabelo e elogios. Depois, cheguei a ser ameaçada com um compasso, mas isso, depois de ter levado uma mordida na barriga que doeu muito! Eu jurei de morte e cozinhei muitas e muitas vezes, quitutes deliciosos! E os chás "se-não-matar-cura"?

Ela comia biscoitos, eu me contentava com melão (eca!). As brigas tinham uma seqüência lógica: ela provocava, eu batia, ela batia, eu rebatia com mais força e ela chorava. Depois meu pai me batia e minha mãe batia nela. Concluímos que não era vantagem e, com o tempo, brigávamos mais discretamente, para impedir interveções dos adultos.

Ensinei muito palavrão, muita bobagem e muito português. Poderia escrever um livro, "Como educar seu irmão mais novo, em 10 lições". O problema é que acho que aprendi muito mais.

Eu sinto e faço. Ela pensa, pensa e pensa antes de agir (e quase sempre não faz);
Eu leio. Ela conta;
Eu como. Ela saboreia;
Eu danço. Ela se mexe;
Eu canto. Ela relincha;
Eu reclamo. Ela pondera;
Eu vou na onda. Ela calcula;
Eu hiberno. Ela repousa, e de pernas cruzadas;
Eu dirijo. Ela conduz;
Eu corro. Ela deslisa;
Eu escrevo. Ela não aprendeu;
Eu falo. Ela fala, mas ouve também;
Eu testo logo. Ela conceitua, questiona e pensa mais um pouco;
Eu beijo. Ela, de longe;
Eu abraço. Ela também;
Eu sou emoção. Ela, razão...

Percebeu? Tudo se completa!

É amor, dos indissolúveis, de fazer inveja, por que ninguém tem uma irmã mais fofa, mais linda, mais inteligente e mais legal que TU, Juju.

hahahahahahahahahaha!

É o amor maior do mundo, meu Xuxu com "x"!
Jou, te amo pra sempre mesmo, cabeção, olhão, bundão, e ão, ão, ão!!!!

Uhú!

Beijo da mana!

Foto censurada
Eu e a mana com "olhos de ressaca", iguais aos da Capitu!

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