segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

"Vem viver o verão/ Vem pro Salvador/ Eu sou camaleão..."

Há tempos eu não passava por uma experiência tão pitoresca (aprendi esse adjetivo com um colega de trabalho e acrescentei-a ao meu vocabulário). Vou mentir se disser que não aceitei de bom grado a oportunidade de ir ao Olinda Beer pela primeira vez. Afinal, um evento que junta mais de 40 mil pessoas e já acontece há 11 anos deve ser muito bom.

Depois da grata experiência do show de Lobão e Rita Lee, por que não Chiclete com Banana? Se "Lança perfume" me deixou elétrica, por que não "Cara caramba sou camaleão"?

Adentrar a arena foi esquisito. Primeiro, por que todo mundo estava vestido igual, fato que eu só tinha presenciado em UM Recifolia que acompanhei, sonolenta, da varanda do apartamento de uma amiga, na Avenida Boa Viagem. Segundo, por que o show da Timbalada já tinha começado e o pessoal pulava loucamente (isso eu já tinha visto, mas no Carnaval de Olinda). Logo na entrada do estacionamento, ainda no carro com o fotógrafo e o motorista do jornal, uma menina se jogou no vidro, totalmente bêbada. Guga (o fotógrafo), fez dois clicks e o motorista soltou:



- Duvido que isso seja só álcool...



Sem quaisquer moralismos, vamos combinar: a cena foi bizarra.



Ok, voltemos...



Timbalada não é ruim não. Eu curto um tambor. Confesso que o que incomodou (além daquela divisão*) foi o sol de rachar, as músicas (não conhecia quase nenhuma, salvo aquelas de uns 15 anos atrás [na 5ª série eu curtia essas coisas. Inclusive era fã do grupo de PAGODE Molejo]).

Chiclete é bizarro. Eu fico me lembrando das descrições de Bruno **, que tem um discusso ferrenho anti-chicleteiro.

Eva chega repaginada (sem o "banda". Agora são um "grupo"), com a milésima tentativa de um vocalista que substitua Ivete Sangalo. Parece que o tal do Saulo Fernandes se segurou na aparente barca furada que foi (ou é) a banda, ops, grupo, e deslanchou. Aliás, estão à deriva, já que todo o repertório é da antiga formação. Peças de museu que embalaram gerações e gerações, hoje já cansadas, de "axezeiros".


Música ruim, gente demais, segregação econômica e sol, muito sol. Cerveja à R$ 4. Isso sem falar do "bronze" de camiseta que eu ganhei.


Foi bom?


* Como todo Carnaval baiano, tem aquela conversa de "isolamento" (feito o cordão). No Olinda Beer, a galera de dinheiro, que pôde dar R$ 60 naquela camiseta rabujenta, ficou pertinho do palco, num espaço "adequado" para a quantidade de gente (isso, até a hora que eu fui embora, antes da bagaceira tomar o lugar por completo). Os pobres pagaram R$ 25 pela mesma camiseta, mas na versão cor-de-rosa, que lhes proporcionava uma visão esmagada e distante, já que eram impedidos de chegar perto do palco com uma barreira que ficava a uns 50 metros dos "artistas".


** Nas palavras do próprio:


Tati diz:
me diz aí o que vc acha de Bel, do Chiclete
Bruno diz:
eu acho ele um coroa ridículo; aquele pano de Tia Anastácia do Sítio do Pica-Pau Amarelo é ridículo
Bruno diz:
com aquele shortinho de Carla Perez
Bruno diz:
um cara q só sabe 3 notas
Bruno diz:
naquela guitarra q ele deve usar como "consolo" no fim do show.

Ok, aplausos para a descrição...

Nenhum comentário: