sexta-feira, 3 de junho de 2011

Com atraso, pelo dia da Imprensa

Dia 1° de junho foi Dia da Imprensa e, sobre esse tema, eu tenho muito a dizer. Aliás, procuro dizer todos os dias. Nessa relação, o abraço tem que ser forte. Muito forte.

Não por falta do que falar, mas por falta de inspiração, reproduzo um texto de Duda Rangel. Irônico e interessante. Bom para marcar a data.



Balzac, escritor francês e inspiração para este blog, disse que “se a imprensa não existisse, seria preciso não inventá-la”. Eu sempre me encantei com esse quê desencantado do velho Balza, mas acho a tal frase meio radical. Tudo bem que, se a imprensa não existisse, o Zeca Camargo teria sido apenas um exímio dançarino do ventre, o que seria ótimo, mas não posso resumir a questão ao Zeca Camargo. A imprensa tem muita coisa boa também.


E se a imprensa realmente não existisse?

Quem denunciaria as contas secretas, as maracutaias, os dólares na cueca? O novo CD da Preta Gil, que perigo, chegaria às lojas imune de críticas. Não haveria os bares de jornalista e as filosofias de botequim de jornalista. Quem avisaria sobre as graves de trem, as ruas congestionadas e as chuvas de fim de tarde? 

A arte da investigação não teria conhecido o talento de Zé Bob. Pescoção seria apenas o cidadão interessado em olhar o decote da moça ao lado. A liberdade de expressão não teria tanto valor. O Nelson Rodrigues teria sido... o que o Nelson Rodrigues teria sido? Talvez médico? Ginecologista? Meu Deus! 

Não existiria o blog “Desilusões perdidas” para falar mal (e às vezes bem) da profissão. Jamais teríamos conhecido as histórias do bebê-diabo do ABC e do homem que torrou o pênis na tomada divulgadas pelo saudosoNotícias Populares. O Pedro Bial teria, muito provavelmente, dedicado toda a sua carreira a reality shows. 

Não haveria o caderno de Esportes da segunda-feira para a gente ler os elogios à vitória do nosso time. Eu jamais teria acordado com o Jornal da Manhã da Jovem Pan. Repita: eu jamais teria acordado com oJornal da Manhã da Jovem Pan. Os fotógrafos só sobreviveriam com casamentos, batizados e festas de debutante. O furo seria apenas um orifício qualquer.

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