sábado, 30 de junho de 2007

Virgínia...



Lendo essas listas de frases feitas que circulam vez ou outra pela internet, me deti a uma que conceituava a amizade. Dizia que nos reconhecemos amigos de alguém quando conseguimos sentir seu júbilo e vibrar com seu sucesso sem qualquer sombra de inveja. Essa tese comprovava o que eu já sentia há quase 10 anos; ela é, sim, o mais perfeito dos sentimentos.

Quando amamos alguém, essa afetividade pode ser um tipo de prisão. O objeto de desejo fica preso, restrito. Ele é seu e de mais ninguém. Mas, o que se tornaria amarras em um relacionamento a dois, transforma-se na dádiva quando é misturado a uma amizade. O amor-fraternal, como aprendi a defini-lo ainda na escola, é de tal grandeza que permite a divisão. E segregar, nesse caso, não significa diminuir. É a mágica da multiplicação que somente a amizade pode proporcionar. Não importa se por três, cinco ou dez. Ela é sempre mais.
Vinha chegando já depois das dez da noite e o porteiro correu apressado com um envelope nas mãos. O seu convite me trouxe uma alegria tão grande que não me contive e resolvi registrá-la, como um hábito safado que alguns jornalistas têm. Passando as páginas, lembrei das ausências em muitas reuniões aos sábados, a cara cansada e o cabelo despenteado que, raramente, dava o ar de sua graça. Entender a ausência era difícil, mas aceitávamos na expectativa do resultado.
O listão daquele ano, confesso, não foi a grande surpresa. Para mim, foi somente o fruto de finais de semana perdidos, de reuniões ausentes, de viagens adiadas e de um objetivo traçado. Na verdade, o que realmente me surpreendeu foi a minha reação com o convite nas mãos. Entendi, nesse momento, que aquilo que se formou lá traz se tornou algo de proporções incalculáveis.
Julgo o que sinto agora como algo muito nobre, sem modéstias. Tão feliz quanto ver Parísio de beca ou dançar valsa com Filipe. Construímos um lado nosso muito consistente, muito presente e de essencial importância.
Eu sou, hoje, um pouco médica, por que sou muito de você.
Não falemos de eternidade. Amizade dispensa redundâncias.

Estou imensamente feliz por você, Dra. Virgínia Paiva!

Um enorme beijo! Daqueles mesmos de domingo, filme e pipoca.

Tati

20 de junho de 2007.

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