segunda-feira, 14 de junho de 2010

Jantar nas alturas

No começo desta semana, eu fui enviada pelas minhas (queridas) chefes para o Rio de Janeiro, atendendo a um convite do HSBC para conhecer um novo serviço que o banco passa a oferecer este ano, o Advance. Trata-se de um atendimento personalizado para jovens (e não tão jovens) que tenham “vocação para crescer”. Ganhando de R$ 3,5 mil a R$ 7 mil, você já está apto a ser um cliente Advance e pode receber orientação financeira para aplicar corretamente o seu dinheiro e assim, chegar onde você quer. A campanha de marketing, muito bem pensada, vende a proposta: “Onde você quer chegar?”.


Fim de tarde pela orla de Copacabana

De fato, a pergunta é boa.

Pois então. Para apresentar a ideia, o HSBC convidou a jornalistas de todo País para um jantar nas alturas (assim mesmo, sem aspas). Não há metáforas aqui. Estou mesmo falando de comer a 50 metros do chão, em um “restaurante” suspenso por um guindaste sobre o Pier Mauá, no Rio.

Bem, mas deixem-me contar o meu ponto de vista da coisa. Primeiro, eu morro de medo de altura. Não chega a ser uma fobia desenfrada, louca, mas é um medo grande, daqueles que me impede de qualquer aventura que se aproxime de alturas. Me impede, inclusive, de me sentir confortável em aviões.


Vista das alturas, do Pier Mauá

Mas, enfim.

A pauta foi “presentinho” de estreia das minhas novas chefes, que prontamente me perguntaram se eu tenho medo de altura. A resposta afirmativa foi quase um check in rumo ao Rio.

O HSBC investiu R$ 20 milhões na campanha de marketing de lançamento do Advance. E isso inclui levar e hospedar (bem) jornalistas de todo País. O meu quarto era o 1013 do Hotel Pestana, um cinco estrelas de frente para o mar de Copacabana. Quando cheguei, já me deparei logo com uma gravação que, saberia depois, era de uma das cenas de “Passione”. Tinha até Maitê Proença, mas eu não a vi.

Chegando ao quarto, achando estar devidamente instalada e precisando de um banho, descobri que já tinha feito a primeira “tatiada” da viagem: esqueci as chaves do cadeado da mala em casa. O resultado foi pedir uma ajuda de emergência ao hotel, que me mandou um salvador com um alicate. Em dois tempos, o cadeado (novo da minha mãe) já era.


Flávia Quaresma preparando pratos no jantar

Depois, resolvi dar uma volta pelas redondezas para ver se achava uma loja da qual Natália tinha me falado, que “vende sapatos lindos”. Almocei um yogoberry enquanto andava por Copacabana, depois resolvi pegar um ônibus para Ipanema. Desci e me perdi na Avenida Prudente de Morais (onde, registro, morava Cazuza), mas logo vi a Rua Vinicius de Morais e acabei me achando. O melhor de andar por ali é ver o nome de uma rua e lembrar do verso de uma música.

Eu achei a tal loja que Natália me falou: um beco de cores fortes e cheio de gente. Depois de andar horas, entrei na loja, olhei em volta e fui embora. Que programão! Comprei uma fatia de pizza de calabresa e uma lata de guaraná diet e voltei pro hotel.

Primeiro, no transfer, descobri que a única antipática era eu, porque todo mundo se falava animadamente e eu era a única calada. Acabei conversando com um repórter de Brasília que confundiu Folha com Diario de Pernambuco. Mas sanados os devidos equívocos, descobri que é na capital federal onde “mora” o filho do nosso Galo da Madrugada. Vitor, o repórter, disse que eles têm o Galinho da Madrugada, réplica despretensiosa do nosso bloco, que também desfila no Sábado de Zé Pereira.

Bem, feitas as devidas cerimônias e batidos os papos, fomos encaminhados aos nossos acentos. Fiquei no 22, “confortavelmente” instalada na cabeceira da mesa. E qual não foi a minha surpresa quando descobri que aquele troço que estaria suspenso em poucos minutos, comigo amarrada num cinto, não tinha parede nem piso. Era a cadeira, um suporte pros pés e um calafrio na espinha. Eu tava tão apavorada que nem consegui disfarçar o medo e fui pega de Judas pelo repórter da TV HSBC para dar um depoimento. Eu odeio TV, mas não tive saída.

Tentativa de mostrar a altura. O sapatinho de lacinho é o meu, e meus pés estavam gelados

Sei que o guindaste começou a suspender a nós e eu fui ficando gelada. Olhava em volta e sentia a espinha tremer. Acho que passei uns 20 minutos meio estática. Mas depois acabei conseguindo me virar e tirar algumas fotos legais. Apesar da escuridão, a sensação de estar no alto é uma delícia.


A avenida Rio Branco, vista lá do alto

O menu (muito bom, por sinal, cheio de sabores inusitados) foi assinado pela chef Flávia Quaresma. Olhaí meus registros:


De fato, uma campanha bem adequada à proposta do novo serviço. Mas, olhe, eu sei que quero chegar longe, mas espero que seja com os dois pés bem plantados no chão. Deixa a altura pra cabeça e pros pensamentos.

Avenida Atlântica, vista da cobertura do hotel


O dia nascendo em Copa (e eu acordada pra voltar pro Recife), às 5h da manhã 

3 comentários:

Anônimo disse...

lugar perfeito! amo!

Juliana Troxler disse...

Adorei sua experiência no Rio, a começar pelo cadeado! ;) O jantar, tô sem palavras! Acho que eu ficaria com borboletas na barriga até a sobremesa, ou melhor até que as cadeiras voltassem a terra firme! :P

Natália disse...

se nota a antipatia ao chamar de "programão" a minha djica ótima! :P