quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Vem Dom Bosco sonhador, vem conosco caminhar...


O dia de hoje me fez refletir sobre o quanto estamos ligados às nossas origens e sobre na importância que isso tem. Não estou falando de amarras geográficas ou familiares, mas de laços afetivos, aqueles mesmos que fizeram meu coração acelerar hoje, durante a missa comemorativa pela passagem da urna com a relíquia de Dom Bosco, no Colégio Salesiano Sagrado Coração.

Bem, eu passei a infância e a adolescência ouvindo falar sobre Dom Bosco. Como sempre estudei em casa Salesiana, de 1986 a 2000, me acostumei a estudar sua vida – fosse nas aulas de Religião (disciplina obrigatória no colégio até o 2° ano), para a “Maratona de Dom Bosco” (um "quiz" organizado pelos professores, só com perguntas sobre ele) ou em todo “Bom Dia” (o momento de boas-vindas que tínhamos todas as manhãs, durante o primário). Isso sem falar que, no Salesiano, tudo é batizado com o nome de São João Bosco – quadra, laboratório, parque aquático, sala. Tudo! Concessão, só para Mamãe Margarida, a genitora, e São Domingos Sávio (este, o “modelo de aluno Salesiano”, em quem todos deveriam se espelhar, cujo lema assustador estampava um dos corredores do colégio: “Antes morrer que pecar”).

[Ah, e quem estudou no Salesiano que não lembra do Pe. Benevides, então diretor do colégio, dizer, incansavelmente, sobre o "sonho dos nove anos"?]

Minha turma e eu estamos completando 10 anos da conclusão neste ano. Eu tenho 15 anos de colégio mais 10 de participação em atividades ligadas a ele (oratório e União dos Ex-alunos de Dom Bosco), que somam 25 anos de uma relação estreita, de cumplicidade, de amor mesmo.

Eu tinha me esquecido disso, mas hoje as coisas se reavivaram. E são estes momentos, em que sua vida passa à sua frente, que fazem você perceber que tempo é uma coisa verdadeiramente mágica, capaz de mudar tantas coisas, mas de preservar tantas outras.

O tempo também transforma aquela dor da “separação” em um sentimento de gratidão e de pertencimento muito grande. Ali, eu aprendi muito e conheci pessoas que foram e são indispensáveis na minha formação: sentadinha num dos bancos da igreja, uma senhora de cabelos brancos assistia ao final da missa. Era “tia” Teca, professora responsável pelo meu primeiro grande passo: a alfabetização – e eu sempre lhe serei grata por isso. Eu não resisti a falar com ela. E como foi bom aquele abraço.

E é isso. Aquele momento, pra mim, não foi um culto católico a um santo(embora eu tenha comungado, acompanhando um antigo e querido companheiro de “grupo jovem”, João Alves), mas a chance de redescobrir um pedaço da minha vida que andava meio esquecido. Ali, eu lembrei que tenho raízes fortes o suficiente.

É um sentimento muito bem traduzido por Gregório de Matos:
O todo sem a parte não é todo;
A parte sem o todo não é parte;
Mas se a parte o faz todo sendo parte,
Não se diga que é parte, sendo todo.



IMAGENS DE HOJE



Estátua de Dom Bosco, com rosto feito a partir de uma máscara mortuária



Santuário Sagrado Coração cheio de gente para a homenagem ao fundador dos Salesianos



Dom Edvaldo (ex-bispo de Maceió) e Pe. Benevides, diretor do Salesiano na época em que eu era aluna



Senador Marco Maciel, que vez por outra aparece por lá, encobrindo minha foto!



Todo mundo em cima da urna - e eu de longe, olhando...



Olha só a multidão que estava lá

“Meus caros, eu vos amo de todo o coração, e basta que sejais jovens para que vos ame muitíssimo”.
Dom Bosco

Um comentário:

Paula Magalhães disse...

"Aquele momento, pra mim, não foi um culto católico a um santo(...), mas a chance de redescobrir um pedaço da minha vida que andava meio esquecido. Ali, eu lembrei que tenho raízes fortes o suficiente...."

Foi exatamente isso que senti...