domingo, 22 de novembro de 2009

Num instante de insônia


"Se pudesse, faria entender tudo que acontece aqui.
Todos os porquês, todos os olhares, toques, hormônios, palavras.
Se um dia puder, mostrarei a sensação, o desejo, a fé, o pecado e todos os cheiros dos meus pensamentos.
Um dia quero entender a palavra, o sabor, a inércia, a dor, as condições. O que pega, assegura, petrifica, o que faz ficar aqui.
Em um minuto, vou entender o gosto, textura, calor, velocidade, profundidade. Vou compreender o tempo, as dúvidas. As voltas, as ausências, a presença vazia.
Entenderei a razão, a teoria, a previsão, o futuro, o passado e aquilo que entre nós é elo.
Sentirei a pele, a cor, a respiração, aspiração. Terei respostas, o timbre, o ritmo, o prazer, a dor e o fruto.
Serei como penso, como traço. Como mais, como dois. Em um, como tudo.
Amor, desordem, criação, saber, sentir, traçar e tocar. Do gozo, da alma, da pele. Do pêlo.
Sem cicatriz, com vírgulas. Sem pontos, sem limites, sem perguntas. Sem respostas.
(...)"


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