Quarta-feira, 17 de dezembro, consegui carregar minha irmã para o show de Roberto Frejat, ex-guitarrista e ex-vocalista do Barão Vermelho [a banda está em recesso desde 2007], que apresentava seu terceiro álbum solo “Intimidade entre estranhos”. no The Pub, aqui no Recife Embora o ingresso marcasse 22h para o início do show, Frejat só entrou no palco minutos depois que o relógio marcou 1h (da manhã, claro) e eu já estava descalça e sem paciência. Tudo passou quando ele abriu a apresentação à Marina:
Pra começar, quem vai colar
Os tais caquinhos do velho mundo?
[Ninguém aqui vai]
Pátrias, famílias, religiões e preconceitos
Quebrou não tem mais jeito
Agora descubra de verdade
O que você ama...
Que tudo pode ser seu
Os tais caquinhos do velho mundo?
[Ninguém aqui vai]
Pátrias, famílias, religiões e preconceitos
Quebrou não tem mais jeito
Agora descubra de verdade
O que você ama...
Que tudo pode ser seu
Contrariando a crítica não-especializada (leia-se: meus amigos, que não quiseram me acompanhar), o show do novo disco de Frejat não atraiu (somente) velhos – ao contrário, trouxe uma rafaméia de pós-adolescentes-loucas que gritavam histericamente à beira do palco e empurravam um segurança mau humorado, prostrado de costas pro show.
NOVO ÁLBUM - "Intimidade entre estranhos"
Bem, depois de vê-lo cantar bem de perto e passar a semana ouvindo um dos seus álbuns solos (o primeiro, “Sobre nós dois e o resto do mundo”), posso classificá-lo como um compositor de contrastes. Frejat assina canções excelentes (vide "Amor pra recomeçar"), boas (vide "Túnel do tempo") e péssimas (vide "Seu amorzinho"). Isso, sem contar aquelas que foram fruto de sua parceria com Cazuza, como “Bilhetinho Azul”, “Bete Balanço" e "Maior Abandonado". Além disso, o rapaz (hoje com 47 anos) vai muitíssimo bem na guitarra e no violão. Em suma, é mais ou menos isso: composições que vão do céu ao limbo, guitarra de encher os ouvidos e um voz mediana (mas me agrada, confesso, sem vergonha).
No palco, Frejat estava solo, mas acompanhado pelos ex-barões André Palmeira (baixo) e Maurício Barros (teclado), ambos da formação original do Barão Vermelho, (aquela que tinha Cazuza nos vocais). O set list contemplou canções próprias e de terceiros, repaginadas em versões que poderiam até deixar velhas conhecidas irreconhecíveis (como a versão “frejatiana” para “Pra começar”).
Nosso encontro aconteceu como eu imaginava
Você não me reconheceu, mas fingiu que não era nada
Eu sei que alguma coisa minha, em você ficou guardada
Como num filme mudo antes da invenção das palavras
Afinei os meus ouvidos pra escutar suas chamadas
Sinais do corpo eu sei ler nas nossas conversas demoradas
Mas há dias em que nada faz sentido
E o sinais que me ligam ao mundo se desligam
(...)
Você não me reconheceu, mas fingiu que não era nada
Eu sei que alguma coisa minha, em você ficou guardada
Como num filme mudo antes da invenção das palavras
Afinei os meus ouvidos pra escutar suas chamadas
Sinais do corpo eu sei ler nas nossas conversas demoradas
Mas há dias em que nada faz sentido
E o sinais que me ligam ao mundo se desligam
(...)
Com o Barão, Frejat já recebeu quatro prêmios Sharp “Melhor Grupo Pop/Rock” (em 1990, 1992, 1994 e 1996), um Vídeo Music Brasil além de uma indicação ao Grammy Latino. O álbum apresentado aqui no Recife é o terceiro trabalho individual dele, que já gravou “Amor pra recomeçar” (2002) e “Sobre nós dois e o resto do mundo” (2003).
Ademais, o The Pub, bar-boate onde aconteceu o show, é organizadinha, honesta e garantiu uma noite agradável (até a hora da saída, quando uma fila estranha atrapalhou tudo). O show correu na paz, mas chamando um lado “Fernanda Young”, digamos que eu ainda me irrito com fãs descabeladas e gente cara-de-pau que se acha no direito de sair empurrando todo mundo e estaciona bem na sua frente.
Em tempo: Estou arrasada por que não fiz o texto logo depois do show e perdi o “time” da coisa. Também não levei uma máquina decente para registrar e acabei tendo que me conformar com as fotos fubentas do celular. Promessa de que não faço mais isso.
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