quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Intimidades bem comuns


Na minha vida de companhias majoritariamente masculinas, ainda me surpreendo com as atitudes de alguns homens. Meu namorado, aliás, é mestre nisso. Quando penso que decifrei a peça, ele me vem com algo diferente e eu recomeço a saga da esfinge. Afinal, com os homens sempre é assim: ou nós, mulheres, os deciframos, ou eles nos devoram (figurativamente! Calma...).


Posts atrás, falei da coluna "Nossa Intimidade" do jornalista Ivan Martins, de Época. Agora, volto a dizer que virei fã do homem – ora, ora, ora. Nada muito inimaginável de acontecer, mas algo, de fato, curioso. Apesar de viver com eles, poucas vezes penso como eles. Entendo, mas discordo de opiniões e condutas na maioria das vezes, já que homens tendem a querer ser racionais e conseguem ser totalmente passionais. Tenho também um bom exemplar desses: meu pai, que vez por outra, mete os pés pelas mãos e faz uma daquelas.


Sim, mas voltando aos textos de Ivan. São curiosos. Às vezes eu acho graça. Outras, fico surpresa ou ainda me identifico com o que ele fala. Dá sensação de que não só todos os homens são iguais, mas todas as mulheres também. Todo mundo é igual, gente? Será?

Bem, deixando firulas de lado, selecionei alguns trechos de postagens de Ivan, pra você entender do que eu estou falando:

1.       OS HOMENS SÃO COMPLICADOS

Alguém decretou, faz tempo, que o gênero de Adão, quando se trata de sexo, é uma expressão matemática sem incógnita: diante do estímulo apropriado (um beijo na boca, a vista de um decote, uma conversa apimentada), espera-se que os machos da espécie se comportem de maneira previsível. (5/5/09)


2.      COMO SER HOMEM

(...) Homens crescem para ser valentes, altivos, independentes, viris. Cada um de nós carrega ao alcance dos olhos a imagem de um herói que tem de ser imitado. Quando as nossas ações nos afastam do modelo, – como é inevitável que aconteça – sofremos como o diabo, de um sofrimento difícil de compartilhar, inteiramente subjetivo, carregado de humilhação. Nos sentimos menos homens.

O que as mulheres precisam saber sobre isso? Basicamente, que elas jamais compreenderão inteiramente nossos códigos de honra e de conduta e a importância que eles têm para a nossa auto-estima – assim como nós não podemos partilhar aspectos essenciais da existência feminina, como a maternidade. Essa é uma zona escura das emoções masculinas com a qual os próprios homens têm dificuldade de lidar – e que há décadas vem sendo recheada com lixo pela chamada indústria cultural. (13/5/09)



3.      QUEM GOSTA DE HOMEM CIUMENTO?

Ontem li um artigo da Newsweek que esbarra no tema do ciúme. Há uma escola de pensamento chamada de Psicologia Evolucionista que sustenta que o ciúme - assim como o estupro e o infanticídio - seria herança da nossa longa evolução desde as savanas africanas.
Ao longo de um milhão de anos, a natureza teria aprimorado um "gene do ciúme" - para impedir que o macho fosse traído e perpetuasse a descendência dos outros - e ele continuaria funcionando ainda hoje, como um nódulo troglodita no meio do cérebro moderno.

O artigo da Newsweek demole esse álibi. Mostra que o cérebro humano não evoluiu por nódulos de pré-programação. Ele se adapta livremente ao ambiente que o cerca. Em nosso caso, à cultura.

(1/7/09)


Esses são apenas alguns trechos interessantes dos muitos textos interessantes da coluna. O assunto rende. Mas vamos em frente...

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