sábado, 15 de maio de 2010

Vão fechar o Canecão?

Estava correndo pra almoçar quando ouvi na televisão da redação que a UFRJ tinha conseguido a reintegração de posse do prédio onde, desde o fim de década de 60, funciona a casa de shows Canecão. Voltei da porta pra conferir se tinha ouvido direito. E tinha.

A ação movida pela Universidade tem mais de 40 anos e o reitor Aloízio Teixeira acompanhou a ação do oficial de justiça e da Polícia Federal, porque funcionários do Canecão não teriam respeitado a decisão da Terceira Vara Federal do Rio de Janeiro. Na segunda passada, 10 de maio, não houve apresentações e o agentes lacraram as entradas da casa com fitas e cadeado. O acervo da casa pertence ao atual administrador, então será feito um levantamento de todas as coisas. Depois, dizem, vão reunir os artistas para discutir projetos futuros.

Fiquei mais "tranquila" quando soube que o Canecão não será desativado, apenas mudará de gestão. Isso foi o que prometeu o "prefeito da Cidade Universitária", Hélio de Matos, mas ele não soube dizer que a  ação prejudicará a agenda da casa. “Não há pretensão alguma de acabar com a casa de espetáculos. Isso não passa pela cabeça da UFRJ. O Canecão é um patrimônio cultural do Rio de Janeiro. O que muda apenas será gestão. A UFRJ passa a gerenciar o local”, afirmou.

(Ainda bem que ele sabe disso)

No ano passado, a Procuradoria Regional Federal do Rio deu parecer favorável à universidade. Na época, além de devolver o espaço, o Canecão teria que pagar uma indenização à universidade. Uma série de recursos, porém, permitiu que a casa de shows continuasse funcionando.

Consta que o imóvel foi cedido pela universidade à empresa em 1992 e a previsão contratual é que a cessão durasse cinco anos. As disputas se acirraram em 1997, quando a empresa deveria ter desocupado o local.

Mas não desocupou, né? Tanto que, em janeiro de 2007, eu estive lá para assistir ao show "Carioca", de Chico Buarque. Olha lá meu registro no dia:



Só espero que o impasse não feche as portas do Canecão, que é um espaço emblemático da história da música brasileira e mundial. Foi aberto em junho de 1967, como uma grande cervejaria com espetáculos de variedades. Com o passar do tempo, o espaço passou a ter shows de MPB e recebeu grandes astros como Cazuza, Elis Regina, Vinicius de Moraes, Tom Jobim, Clara Nunes e Elizeth Cardoso.

2 comentários:

Anônimo disse...

Engraçado, não tenho muito apego a essas coisas.
Por mim passava um viaduto por cima. :>)
Cindy, Chico é gênio, todos sabem, mas hoje em dia não curte mais música - daí seus últimos discos caídos -, o barato dele hoje são os livros.

PS: Putzz, esse teu amigo, se fala sério, é um FDP reacionário.
Tatiana, desculpe o palavrão(reacionário). :>)
Ser reacionário é muitooooo pior do ser FDP.

José Henrique

Tatiana Notaro disse...

Cindy, André continua em stand by... eu ainda não pensei num final pra ele. Mas virá. Prometo.

Henrique, concordo com a "mudança de lado" de Chico (embora esse show tenha sido mto bom).