quarta-feira, 29 de novembro de 2006

Tom do Tom


Tenho verdadeira devoção por Tom. Até mais que por Cazuza...
Cazuza é diferente, companheirão, amigo, presente, palpável, fala e eu entendo. Sente, e eu sinto junto. Não permite formalidades, é prático, direto.

Tom não. É alto, é melódico, transcende ao meu entendimento.
Há dois anos, todos os sábados pela manhã, entre uma aula e outra na Católica, eu ia até a biblioteca. O passatempo passou a ser sagrado, quando encontrei a bibliografia de Tom, escrita já depois da sua morte. Então, todos os sábados, eu ficava de pé na beira da estante, no corredor 9, e lia ali mesmo. Minha visão sobre o Rio de Janeiro foi talhada pelas narrativas musicais de Tom, ao tom da Bossa Nova.

Achei vídeos ótimos, de Tom cantando com Elis. Inspiram tudo e tenho que me conter para não cantar alto no meio de escritório. O jogo de palavras de “Águas de Março” é mágico, fascinante. Quando ouço “Corcovado”, fico até respirando os ares cariocas...

Ai, ai... adoro hipérboles.

Em outro (vídeo), uma visão do paraíso: Tom, Vinícius, Miúcha e Toquinho cantando juntos!
Nossa!! Tom canta Vinícius...


E sábado que vem...

Eu, ao telefone: Por favor, é do Canecão?

Do outro lado, no Rio de Janeiro: Sim, pois não?

Eu:
Quero saber quanto é o show de “Seu Francisco”

Do outro lado:
Quem?

Eu:
O preço do show do marido de Marieta Severo, quero saber...

Do outro lado:
Desculpe, senhora. Ainda não entendi...

Eu (já com raiva):
Chico Buarque, minha filha! Chico Buarque. Quero saber qual é o preço do show...




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Musique-se

Águas de Março

Tom Jobim

É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é um laço, é o anzol
É peroba do campo, é o nó da madeira Caingá, candeia, é o Matita Pereira
É madeira de vento, tombo da ribanceira
É o mistério profundo, é o queira ou não queira
É o vento ventando, é o fim da ladeira
É a viga, é o vão, festa da cumeeira
É a chuva chovendo, é conversa ribeira
Das águas de março, é o fim da canseira
É o pé, é o chão, é a marcha estradeira
Passarinho na mão, pedra de atiradeira
É uma ave no céu, é uma ave no chão
É um regato, é uma fonte, é um pedaço de pão
É o fundo do poço, é o fim do caminho
No rosto o desgosto, é um pouco sozinho
É um estrepe, é um prego, é uma conta, é um conto
É uma ponta, é um ponto, é um pingo pingando
É um peixe, é um gesto, é uma prata brilhando
É a luz da manhã, é o tijolo chegando
É a lenha, é o dia, é o fim da picada
É a garrafa de cana, o estilhaço na estrada
É o projeto da casa, é o corpo na cama
É o carro enguiçado, é a lama, é a lama
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um resto de mato, na luz da manhã
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
É uma cobra, é um pau, é João, é José
É um espinho na mão, é um corte no pé
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um belo horizonte, é uma febre terçã
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração

PRA SENTIR TAMBÉM, ACESSE:
http://www.youtube.com/watch?v=jYLoxMtnUDE
... e sinta. Atenção à "reentrada" depois dos assovios! Adorei!!!!!
MáGiCo!!!

terça-feira, 28 de novembro de 2006

Corcovado

Tom Jobim
Um cantinho, um violão
Este amor, uma canção
Pra fazer feliz a quem se ama
Muita calma pra pensar
E ter tempo pra sonhar
Da janela vê se o Corcovado
O Redentor, que lindo
Quero a vida sempre assim
Com você perto de mim
Até o apagar da velha chama
E eu que era triste
Descrente desse mundo
Ao encontrar você eu conheci
O que é felicidade, meu amor
Um cantinho, um violão
Este amor, uma canção
Pra fazer feliz a quem se ama
Muita calma pra pensar
E ter tempo pra sonhar
Da janela vê se o Corcovado
O Redentor, que lindo
Quero a vida sempre assim
Com você perto de mim
Até o apagar da velha chama
E eu que era triste
Descrente desse mundo
Ao encontrar você eu conheci
O que é felicidade
O que é felicidade
O que é felicidade, meu amor
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*
Essa é o tipo da música que não se entende. Se sente...
E eu sinto uma saudade imensa...
*
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Para não só ouvir, mas ver Tom cantando:

segunda-feira, 27 de novembro de 2006

...

Filipe - zerando... recomeçando... diz:
"Não importa quem você seja, de onde você veio ou o que você saiba. Você sempre pode buscar uma versão aperfeiçoada de si mesmo"
The Queen of the Universe*

...

É que há amigos que dizem tudo, do nada... e preenchem a minha alma. E completam o meu dia.
É por isso que eu amo...

* Madonna

Por que eu olho... e não vejo nada

Domingos...

Domingo de praia - e só uma das bochechas queimadas...
Domingo de sono na rede – ao lado de Cazuza. E ele chuta!!
Domingo de longo caminho de carro – e a cara de sono da minha tia...

Domingo de sol, de céu, de rua...
Domingo de Lucas, meu, só meu, anjo de ternura e calor...
Domingo de coca-cola light lemon e, na cara-de-pau, um pacote de biscoitos...

Domingo de praia – só que, agora, às onze da noite...
Domingo de conversa – daquelas delícias da vida. Pensando na delícia de "tomar vento na cara"...
Domingo de delícias – por que eu sou “uma mistura milagrosa” ou “uma pequena notável” (que tem dono, segundo o próprio).

Domingo de Maria Rita, com a “alma armada e apontada para a cara do sossego”; Ney, cantando Cartola... e tudo lembra ele. Por que a minha vida é uma mistura de tudo que gosto, de tudo que sinto, de tudo que tenho – e muito também daquilo que ainda não tenho.

As horas passam, mas bem que poderiam estancar o tempo.
O tempo passa – rápido - e torna tudo mais interessante. Muito mais...
Muito mais, por que não tenho pressa, nem dúvidas...

Na verdade, não tenho nada.

E fica:
el soñador diz:
eu tb amo vc, minha - e só minha - pequena notável!

terça-feira, 21 de novembro de 2006

O post duplo de hoje se justifica

Certo dia, acho que na semana passada, eu estava no MSN e, como de costume, meu nick tinha uma música (quem me conhece, sabe que a música é a única coisa que eu realmente amo). Dizia: “(...) não acredito em nada, não / até duvido da fé”.

Não, não era nada específico, eu simplesmente adoro Rita Lee (“Ritão”, como Lipe e eu gostamos de chamá-la). Bem, daí um dos meus amigos veio me questionar sobre a frase. O tom irônico da pergunta refletiu ironia também na resposta:

- “E só música, menino...”
- “Música?”
- “É, de Rita Lee”
- “Ah, pensei que você continuasse com aquela história de ser atéia”

É demais, viu? Odeio julgamentos. Eles não passam de preconceitos e são ainda mais perigosos quando se trata da tal “fé”. O referido amigo não é o único, já surpreendi muitos deles quando me assumi...
É... hum... .... ... ....
Poxa, nem eu sei como posso me definir agora. Atéia? Agnóstica? “Espiritual, mas não religiosa”?

Mas, o que isso importa? O problema não seria comigo e o chefe, lá em cima, “se ele existisse”, se ele existir...?

Enfim, eu estava lendo um blog bem legal hoje, o “Toques de Alma”. Acho que todo blogueiro acaba lendo blogs alheios, né não?
Se bem que eu acho que meu blog é muito alvo de gente curiosa. Pior é que os curiosos não sabe o que é um exercício hermenéutico, e depois, na cara-de-pau, vêm me pedir explicações sobre o que não conseguiram captar.

- “É uma energia muito grande... me explica”...

EU MEREÇO!!!

Ah, sim... o blog “Toques de Alma”. Elas fazem um quadro chamado “Chegou no outlook”, que traz uns textinhos fofinhos. O de hoje tem um quê especial, por que me parece irônico, mas eu cheguei a ficar com os olhos cheios de lágrimas.

É, eu sei. Não sou tão chata e abusada como pareço. Às vezes eu sou legal.

Leiam, sim?
Beijos a todos!

Eram aproximadamente 22h.
Um jovem dirigia de volta para casa. Imerso em reflexões, ele falou assim num impulso:
"Deus! Se ainda falas com as pessoas, fala comigo. Vou ouvir e farei tudo para obedecer".

Enquanto passava pela rua principal da cidade, ele teve um pensamento muito estranho:
"Pare e compre um galão de leite".

O rapaz balançou a cabeça e falou alto: "Deus? É você?".

E como não obteve resposta, continuou no seu caminho para casa. Mas, novamente, surgiu o pensamento:
"Compre um litro de leite".
"Muito bem, Deus! No caso de ser você, eu vou comprar o leite. Mas isso não parece ser um teste de obediência muito difícil, eu sempre posso usar o leite..."

Ele parou, comprou o leite e retomou o caminho para sua casa. Quando passava pela Rua 7, novamente ele "ouviu":
"Vire naquela rua".

Isso é loucura..., pensou..e passou direto pelo retorno.

A sensação de que deveria ter virado na Rua 7, no entanto, persistia e, no retorno seguinte, ele virou e dirigiu-se pela sétima rua. Entrando na brincadeira, ele falou alto:

"Muito bem, Deus. Eu faço, eu faço...".

Andou algumas quadras quando de repente sentiu que devia parar. Brecou e olhou em volta. Era uma área mista de comércio e residência. Não era a melhor região da cidade, mas também não era a pior. As lojas estavam fechadas e a maioria das casas estava às escuras, como se as pessoas já tivessem ido dormir, exceto uma do outro lado, cujas luzes permaneciam acesas. Novamente, ele sentiu algo:

"Vá e dê o leite para as pessoas que estão naquela casa do outro lado da rua".

Ele olhou a casa. Começou a abrir a porta mas voltou a sentar-se.

"Senhor, isso é loucura! Como posso bater numa casa estranha no meio da noite?".

Mas a sensação de que deveria ir e dar o leite era forte e, afinal, ele abriu a porta do carro...

"Muito bem, Deus, se é você, eu vou e entrego o leite. Se você quer que eu pareça um louco, muito bem. Eu quero ser obediente. Acho que isso deve contar para alguma coisa, mas, se eles não responderem imediatamente, eu vou embora daqui".

Atravessou a rua e tocou a campainha. Pôde ouvir um barulho vindo e dentro, parecido com o choro de uma criança. E a voz de um homem soou alto:

"Quem está aí? O que você quer?"

A porta abriu-se antes que o jovem pudesse fugir. Diante dele, estava um homem vestido de jeans e camiseta. Ele tinha um olhar estranho e não parecia nada feliz de ver um desconhecido em pé na sua soleira.

"O que é?"

O jovem entregou-lhe o litro de leite.

"Comprei isto para vocês".

O homem pegou o leite e correu para dentro falando alto. Em seguida, uma mulher passou pelo corredor carregando o leite e foi para a cozinha. O homem a seguia segurando nos braços uma criança que chorava. Lágrimas corriam pela face do homem e, ele começou a falar, meio soluçando:

"Nós oramos. Tínhamos muitas contas para pagar este mês e o dinheiro não deu. Não tínhamos mais leite para o nosso bebê. Apenas orei e pedi a Deus que me mostrasse uma maneira de conseguir leite..."

Sua esposa gritou lá da cozinha:

"Pedi a Deus para mandar um anjo com um pouco de leite... Você é um anjo?"

O jovem pegou a sua carteira e tirou todo dinheiro que havia nela e colocou-o na mão do homem. Comovido e sem saber o que dizer, voltou para o carro... E naquela hora teve certeza de que Deus ainda responde aos verdadeiros pedidos.

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Acho que se deus ou Deus existir, ele deve ser um anjo. Espero conhecê-lo um dia...

Vida Fácil

Fonte da foto: www.anjosolto.com.br
Cazuza e Frejat
Tim-tim!
A tua corte agradece
Um brinde!
O nosso astro merece
Ao teu fã-clube fiel
Dá autógrafo em talão de cheques
Big boss
Tua mão aberta enobrece
Dignifica
Nós que sonhamos em espécie
Classic vira Rolex
Sob o luar do teu deck
Só festa "relax"
Boca livre na certa
Robin Hood gentil da galera
Protetor das artes práticas
Valorizando quem sabe
E Levar vida fácil, fácil
Vida fácil
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QUER OUVIR? Acesse:
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Feliz Aniversário para o primo mais lindo, mais meigo e mais educado do mundo...

Samuel!!! Parabéns!!!

segunda-feira, 20 de novembro de 2006

Onde anda você...

Vinicius de Moraes
E por falar em saudade, onde anda você?
Onde andam seus olhos que a gente não vê
Onde anda esse corpo que me deixou morto de tanto prazer

E por falar em beleza, onde anda a canção
Que se ouvia na noite, nos bares de então
Onde a gente ficava, onde a gente se amava em total solidão

Hoje eu saio na noite vazia, numa boemia sem razão de ser
Na rotina dos bares, que apesar dos pesares, me trazem você

E por falar em paixão, em razão de viver
Você bem que podia me aparecer
Nesses mesmos lugares
Nas noites, nos bates
Onde anda você...

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QUER OUVIR? Clique na 5ª versão, na voz de Toquinho. Sugestão do cheff...

http://musica.busca.uol.com.br/radio/index.php?ref=Musica&busca=Onde+anda+voc%EA&param1=homebusca&q=Onde+anda+voc%EA&check=musica
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"Por que eu sou muito sensível e me machuco com qualquer coisa.
Então considero essa sensibilidade um peso que carrego. E a coisa mais "minha" que eu tenho.
Não há como desvincular... desenvencilhar... separar... seccionar ... desassociar... afastar... dividir.
É tudo.
Eu, por vezes, nada."

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E parabéns pro bebê mais lindo, mais gostoso e mais amado pela irmã velha babona!
Não, ela não se parece comigo...
A não ser pelo fato de ser encrenqueira, geniosa e mandona...
"A mana ama!!"

quinta-feira, 16 de novembro de 2006

MUSIQUE-SE: Não Vá Embora


Marisa Monte

E no meio de tanta gente eu encontrei você
Entre tanta gente chata, sem nenhuma graça
Você veio
E eu que pensava que não ia me apaixonar
Nunca mais
Na vida

Eu podia ficar feio, só perdido
Mas com você
eu fico muito mais bonito
Mais esperto

E podia estar tudo agora dando errado para mim
Mas com você
Dá certo
Por isso não vá embora
Por isso não me deixe nunca,
nunca mais

Por isso não vá, não vá embora
Por isso não me deixe nunca, nunca mais

Eu podia estar sofrendo, caído por aí
Mas com você eu fico mais feliz
Mais desperto

Eu podia estar agora sem você
Mas eu não quero
Não quero

Por isso não vá embora
Por isso não me deixe nunca, nunca mais
Por isso não vá, não vá embora
Por isso não me deixe nunca, nunca mais

Por isso não vá embora
Por isso não me deixe nunca, nunca mais
Por isso não vá, não vá embora
Por isso não me deixe nunca, nunca mais
*
*
*
Eu sou, declaradamente, apaixonada...
hahahahahaahahahaha
É... fazer o quê? É a vida, e ela adora me aprontar dessas coisas.
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Arrumei um guia pro meu janeiro no Rio de Janeiro!!
Bailes funk, Rocinha, Escola de samba, Cristo, Cazuza....
Não vai sobrar nadaaaaa.
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Eu descobri que tenho mais leitores que cogitei, então meu blog terá que sofrer cortes... questão de preservação...
...
Ah! Que se dane!
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Eu acho que Thomas vai virar Mafalda!
Ui!

domingo, 12 de novembro de 2006

Apresentação

Na sexta-feira, eu "convenci" minha mãe a me deixar comprar um jabuti.
Aí pedi que ela me ajudasse a escolher um nome pra ele, de algum pintor famoso (mamãe é artista plástica). Segue o diálogo:

Mamãe: Picasso!
Eu: Picasso? Perái, mainha. Vou chamar o jabuti de Picasso?
Mamãe: Não... você chama ele de Pablito...

Hunf! Era o que me faltava!

Minha aluna mais brilhante, futura (eca!) Historiadora, Carol Lopes, foi a escolhida para batizar o pobre jabuti. Segue o diálogo:

Carol: Pablito é bonitinho
Eu: Não, eu quero nome de gente...
Carol: Vou pensar
Eu: Que tal Tancredo?
Carol: Feio
Eu: E Getúlio?
Carol: Vc vai chamar o jabuti de Getúlio?
Eu: Podia ser de Gegê...
Carol: Não... Coloca Chatterton
Eu: Thomas?
Carol: Isso!
Eu: Poxa... Thomas Chatterton... taí! Gostei!

Pronto!! Apresento meu novo companheiro de aventuras:


Thomas Chatterton

Pequeno histórico do verdadeiro: Thomas Chatterton (20 de Novembro 1752 - 24 de Agosto 1770) foi um poeta inglês. Ficou conhecido pelas suas poesias escritas no estilo medieval e pelo facto de ter cometido suicídio com apenas 17 anos.

Uhhhhh! Que macabro!!

Adorei, Carolzinha!!

Decupe-se...

Dia de domingo é um tédio. Ainda mais com uma fita de TV pra decupar para amanhã.
Filipe tá uma fera comigo, por que eu dei um bolo nele. Foi sem querer, eu juro. Estava precisando de sol mais do que ninguém. Tenho culpa que o despertador não tocou?
- "Compre um despertador novo!!!" - disse ele comigo, num tom que só ele tem.

Ao invés de caminhada na praia, uma fita pra decupar. Isso é vida?
- "É...vida de jornalista" - relembro-me.

Será que ainda dá tempo de desistir?

Estou adorando minha máquina fotográfica. Fotos muito legais... embora as que eu goste mais não tenham sido tiradas por mim...
E fico horas olhando. Me concentro e penso em nada... e fico só pensando.
Pés e mãos atadas? Maybe

Ontem eu comprei um jaboti. Então desde ontem que penso num nome pra ele...
Estou esperando uma idéia brilhante...

Que seria da vida sem dúvidas?
Talvez a segurança de um mar de certezas...
Talvez a insensatez das convicções absolutas...
Talvez um sopro numa chama quase acabada, e o escuro...
Escuro certo, para uma vida completamente sem graça!

Que bom tem existem as incertezas...


Musique-se

8 Anos

Adriana Calcanhotto

Por que você é Flamengo
E meu pai Botafogo
O que significa
"Impávido Colosso"?
Por que os ossos doem
Enquanto a gente dorme
Por que os dentes caem
Por onde os filhos saem

Por que os dedos murcham
Quando estou no banho
Por que as ruas enchem
Quando está chovendo
Quanto é mil trilhões
Vezes infinito
Quem é Jesus Cristo
Onde estão meus primos

Well, well, well Gabriel.
Well, well, well
Well

Por que o fogo queima
Por que a lua é branca
Por que a Terra roda
Por que deitar agora
Por que as cobras matam
Por que o vidro embaça
Por que você se pinta
Por que o tempo passa

Por que que a gente espirra
Por que as unhas crescem
Por que o sangue corre
Por que que a gente morre
Do qué é feita a nuvem
Do qué é feita a neve
Como é que se escreve
Reveillón

Well, well, well , Gabriel (4x)

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Certezas?
Uma só...

psiu... é segredo...

sexta-feira, 10 de novembro de 2006

Zé Ninguém

Quem foi que disse que amar é sofrer?
Quem foi que disse que Deus é brasileiro?
Que existe ordem e progresso?
Enquanto a zona corre solta no congresso?

Quem foi que disse que a justiça tarda mas não falha?
Que se eu não for um bom menino, Deus vai castigar!




Os dias passam lentos
Aos meses seguem os aumentos
Cada dia eu levo um tiro
Que sai pela culatra
Eu não sou ministro, eu não sou magnata




Eu sou do povo, eu sou um Zé Ninguém
Aqui embaixo, as leis são diferentes
Eu sou do povo, eu sou um Zé Ninguém
Aqui embaixo, as leis são diferentes






Quem foi que disse que os homens nascem iguais?
Quem foi que disse que dinheiro não traz felicidade
Se tudo aqui acaba em samba?
(no país da corda bamba, querem me derrubar!!)



Quem foi que disse que os homens não podem chorar?
Quem foi que disse que a vida começa aos quarenta?
A minha acabou faz tempo, agora entendo por que ....


Cada dia eu levo um tiro
Que sai pela culatra
Eu não sou ministro, eu não sou magnata
Eu sou do povo, eu sou um Zé Ninguém
Aqui embaixo, as leis são diferentes
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54 dias...
... ai, ai

quarta-feira, 8 de novembro de 2006

Gilberto Freyre

Gilberto: "O saber deve ser como um rio, cujas águas doces, grossas, copiosas, transbordem do indivíduo, e se espraiem, estancando a sede dos outros. Sem um fim social, o saber será a maior das futilidades".

Comento: Preparar aulas é sempre um prazer, principalmente quando me deparo com um personagem tão fascinante quanto ele. O programa do fim de semana foi cancelada em benefício dos meus alunos, na reta final de uma preparação ínfima, mas como toda dedicação - de ambas as partes, espero.

Gilberto: "Uso palavras que denominarei intuitivas sem repelir as lógicas. As cotidianas sem repudiar as raras. As populares sem deformar as eruditas, as sensíveis sem repelir de todo as abstratas".

Comento: Adoro... amo palavras. Mais ainda àqueles a quem as dedico...

Gilberto: "Não há experiência de corpo que não seja também experiência de alma, o contrário sendo também verdadeiro".

Comento: Experiências do corpo, essenciais e complementares da alma...

Gilberto: "Se depender de mim, nunca ficarei plenamente maduro nem nas idéias nem no estilo, mas sempre verde, incompleto, experimental".

Comento: Se depender de mim, continuo brincando de boneca, vendo desenhos, choramingando pra minha mãe e confiando em todo mundo...

Gilberto: "O humano só pode ser compreendido pelo humano – até onde pode ser compreendido; e compreensão importa em maior ou menor sacrifício da objetividade. Pois tratando-se de passado humano, há que deixar-se espaço para a dúvida e até para o mistério".

Comento: Nossa... essa eu nem comento...

Gilberto: "Sou ainda um combatente quase sem armas para controvérsias no velho gesto brasileiro: um combatente para quem nem negro, nem judeu, nem china, nem mouro, nem mulato, nem filho natural, são expressões pejorativas".

Comento: Combate eficiente... talvez também encaixe nessa lista os que têm a coragem de se assumir diante do mundo. Ainda não conheço tarefa mais difícil, seja qual for a confissão...


Gilberto Freyre perdeu a avó aos 9 anos. Ela o mimava por achar que o neto era "retardado", já que não sabia escrever.
Hoje eu tive a sensação, não estranha, de que as palavras desse homem são alguma comprovação da inteligência divina...

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Amo pra sempre...
Mesmo sabendo que "o 'pra sempre' sempre acaba"...

Lista


Oswaldo Montenegro

Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via há dez anos atrás?
Quantos você ainda vê todo dia?
Quantos você já não encontra mais?

Faça uma lista dos sonhos que tinha
Quantos você já desistiu de sonhar?
Quantos amores jurados pra sempre?
Quantos você conseguiu preservar?

Onde você ainda se reconhece
Na foto passada ou no espelho de agora?
Hoje é do jeito que achou que seria?
Quantos amigos você jogou fora?

Quantos mistérios que você sondava?
Quantos você conseguiu entender?
Quantos segredos que você guardava
Hoje são bobos, ninguém quer saber?

Quantas mentiras você condenava?
Quantas você teve que cometer?
Quantos defeitos sanados com o tempo
Eram o melhor que havia em você?

Quantas canções que você não cantava
Hoje assobia pra sobreviver?
Quantas pessoas que você amava
Hoje acredita que amam você?

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Lies...

segunda-feira, 6 de novembro de 2006

Amor pra recomeçar


Roberto Frejat

Eu te desejo não parar tão cedo
Pois toda idade tem prazer e medo
E com os que erram feio e bastante
Que você consiga ser tolerante

Quando você ficar triste
Que seja por um dia e não o ano inteiro
E que você descubra que rir é bom
Mas que rir de tudo é desespero

Desejo que você tenha a quem amar
E quando estiver bem cansado
Ainda exista amor pra recomeçar
Pra recomeçar

Eu te desejo muitos amigos
Mas que em um você possa confiar
E que tenha até inimigos
Pra você não deixar de duvidar

Quando você ficar triste
Que seja por um dia e não o ano inteiro
E que você descubra que rir é bom
Mas que rir de tudo é desespero

Desejo que você tenha a quem amar...

Desejo que você ganhe dinheiro
Pois é preciso viver também
E que você diga a ele pelo menos uma vez
Quem é mesmo o dono de quem

Desejo que você tenha a quem amar...


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O melhor não é o suficiente...
Então, tudo... inclusive tempo!
http://www.prorext.ufrgs.br/

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Zuzu:

NÓS VAMOS PRO RIO!!!

Oba!

Parabéns por hoje, querida!
Muitos mais ônibus, muitas aulas, muitos trabalhos pra gente...
Mas também Ipanema, Copacabana e Bossa-Nova!!

Beijo!! Feliz Aniversário!!

sexta-feira, 3 de novembro de 2006

A tese sobre o tédio

Dia “atipicamente” doméstico. Rodo, panos de chão, vassoura, água, detergente e o DVD de Zeca Pagodinho. Dona de uma casa que não é minha, eu me senti verdadeiramente uma doméstica; a dor nas minhas costas agora me faz redobrar o respeito que tenho por Aline.
Não é brincadeira...
O melhor era o cenário do filme: pagode de fundo e eu lutando para o pé preto de poeira não se misturar com a água e formar pegadas enlamaçadas. Não tenho muita coordenação motora para manejar vassoura e pá ao mesmo tempo, mas consegui, em 6 horas, deixar tudo bem limpo!

Ufa!

Minha monografia me causa dores incríveis. Devem ser as tais “dores do parto”. Começo a ver que ela me causará mais trabalho do que eu havia previsto. O pior é que meu orientador parece mais desorientado que eu. Fico pensando o que farei quando estiver entrevistando Lucinha Araújo.

Acho que vou transformar minha ida ao Rio em uma viagem turística.
Hoje comecei a ver quais os show que acontecerão em janeiro. Barão, Rita Lee, Titãs... tudo o que eu adoro. Penso que poderei consumir drogas, álcool e cigarros.
Alugarei um carro para conhecer todas as cidades vizinhas... Melhor de tudo? Sozinha!!
O itinerário pré-estabelecido consiste numa visitinha básica ao Cristo, depois eu vou escalar o Pão de Açúcar. Vou no São João Batista, levar uma garrafa de Black and White pra Cazuza.

E hoje?

Hoje a sua “morgação” me contagiou. Eu não sei o motivo e não quis perguntar por causa do cuidado de não invadir o espaço alheio.
Fiquei um tempão olhando pra minha monografia na tela do computador. Pensava em você e na pilha de coisas que ainda tinha pra fazer... mas a primeira opção ainda era mais atrativa.

Me desobriga de qualquer coisa...
Desobriga de fingir que estou gostando ou de fingir que não estou...
Desobriga de andar de saltos e dá a liberdade dos chinelos rasteiros...
Desobriga de ambientes superficiais e dá o prazer de uma conversa que duraria a vida toda...
Desobriga de fingimentos, por que todos os sutis movimentos são reveladores demais
Desobriga, agora, de disfarçar os olhares admirados de estarem ‘diante de tudo’
Desobriga de obrigações, por que a presença é só prazer
E desobriga de coisas chatas da vida, por que ela pode ser somente música, poesia, comida, versos, brigas, gritos, rixas, discursos inflamados, ladainhas e uma saudade enorme, mas contida! E por que você já é suficientemente chato e suficientemente 'agente modificador de um cérebro completamente entregue ao ócio dos dias chatos'!
É pisar em grama, na areia da praia. É ver uma fresta de luz no meio do seu completamente nublado. É a voz de Cazuza ao pé do meu ouvido e a solidão em uma hora de Ney Matogrosso.

Enfim...

Versos de Cazuza

"A vida não é feia
É breve e maneira
Pra gente se perder
Curar e procurar
Ir, voltar de novo
Like a Rolling Stones
Pro povo, like a Beatle song
De novo onde todos estão?
Então me dê um alô
Planos de vida ou canos
A gente se engana
Já fazem tantos anos
Anjos e demônios
Não vão adivinhar
O valor dos homens
Humor do mar
Melhor furar a onda
E não parar de contar
A vida é tão bonita
É a minha favorita
É bossa, é nova, é nossa
Não pára de chegar
Rolando de novo
Like a Rolling Stone
Pro povo, like a Beatle song
De novo onde todos estão?"
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O ministério da saúde adverte: Mensagens de celular são a forma mais eficaz de fazer você se sentir um sentimentalóide estúpido e sem jeito, que deveria evitar qualquer manifestação de coisas que não valem a pena!

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E viva Zeca Pagodinho...