quarta-feira, 8 de novembro de 2006

Gilberto Freyre

Gilberto: "O saber deve ser como um rio, cujas águas doces, grossas, copiosas, transbordem do indivíduo, e se espraiem, estancando a sede dos outros. Sem um fim social, o saber será a maior das futilidades".

Comento: Preparar aulas é sempre um prazer, principalmente quando me deparo com um personagem tão fascinante quanto ele. O programa do fim de semana foi cancelada em benefício dos meus alunos, na reta final de uma preparação ínfima, mas como toda dedicação - de ambas as partes, espero.

Gilberto: "Uso palavras que denominarei intuitivas sem repelir as lógicas. As cotidianas sem repudiar as raras. As populares sem deformar as eruditas, as sensíveis sem repelir de todo as abstratas".

Comento: Adoro... amo palavras. Mais ainda àqueles a quem as dedico...

Gilberto: "Não há experiência de corpo que não seja também experiência de alma, o contrário sendo também verdadeiro".

Comento: Experiências do corpo, essenciais e complementares da alma...

Gilberto: "Se depender de mim, nunca ficarei plenamente maduro nem nas idéias nem no estilo, mas sempre verde, incompleto, experimental".

Comento: Se depender de mim, continuo brincando de boneca, vendo desenhos, choramingando pra minha mãe e confiando em todo mundo...

Gilberto: "O humano só pode ser compreendido pelo humano – até onde pode ser compreendido; e compreensão importa em maior ou menor sacrifício da objetividade. Pois tratando-se de passado humano, há que deixar-se espaço para a dúvida e até para o mistério".

Comento: Nossa... essa eu nem comento...

Gilberto: "Sou ainda um combatente quase sem armas para controvérsias no velho gesto brasileiro: um combatente para quem nem negro, nem judeu, nem china, nem mouro, nem mulato, nem filho natural, são expressões pejorativas".

Comento: Combate eficiente... talvez também encaixe nessa lista os que têm a coragem de se assumir diante do mundo. Ainda não conheço tarefa mais difícil, seja qual for a confissão...


Gilberto Freyre perdeu a avó aos 9 anos. Ela o mimava por achar que o neto era "retardado", já que não sabia escrever.
Hoje eu tive a sensação, não estranha, de que as palavras desse homem são alguma comprovação da inteligência divina...

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Amo pra sempre...
Mesmo sabendo que "o 'pra sempre' sempre acaba"...

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