Daniela Fernandes
De Paris
No momento em que a França lidera os índices de taxa de fecundidade na União Européia, o livro No Kids – Quarenta razões para não ter filhos, recentemente lançado no país, lança um apelo para que as pessoas não tenham descendentes e diz que o controle da natalidade “é a única esperança” para uma sociedade melhor.
O livro, lançado pela Editora Michalon, já vendeu 45 mil exemplares e está nas listas dos mais vendidos na França. A tiragem inicial foi de 10 mil cópias e, em apenas um mês, No Kids já está em sua quarta edição.
A autora, Corinne Maier, psicanalista e economista, já havia causado polêmica na França em 2004 quando lançou Bom dia Preguiça, no qual ensinava como manter o emprego trabalhando o menos possível.
“Franceses, enfim a verdade: as crianças são o inferno. Quarenta razões para não ter filhos são ainda bem pouco. Em nosso país, líder em natalidade na Europa, só há uma única solução: a contracepção”, escreve a autora em seu site internet para explicar seu novo livro.
Segundo Maier, 43 anos e mãe de dois adolescentes, de 13 e 11 anos, “quanto mais a natalidade aumenta, menos as pessoas dizem que são felizes”.
"Aspiração idiota"
Para ela, filhos “custam caro, poluem e sobretudo afundam a existência das pessoas”.
“Para os filhos, devemos renunciar a todo o resto, como lazeres, vida de casal, amigos, sexo e mesmo sucesso social no caso das mulheres. E isso, durante 20 anos, até que a maravilhosa criança radiante se transforma em um jovem sem futuro, um desempregado, um perdedor”, diz ela.
No melhor dos casos, segundo sua avaliação, o filho se transformará em “simples recursos humanos” para a sociedade.
Os títulos dos capítulos de No Kids dão um boa idéia da tese defendida pela autora.
O livro aborda inicialmente o desejo de ter filhos, definido como “uma aspiração idiota”. Depois a autora analisa a fase “metrô, trabalho, crianças, não obrigado” e diz em outro capítulo que filhos são “aliados do capitalismo”.
Maier escreve também que as pessoas ficarão “certamente decepcionadas com os filhos” e conclui com a seguinte questão “por que se matar por alguém que será um excluído no futuro”?
"Um fardo, um parasita"
Para a autora, os filhos impedem as pessoas de desfrutar da vida. “Acreditem, eles serão criativos nessa área. Eles ficarão doente quando você quiser sair para se divertir e vão atrapalhar quando você fizer uma festa com os amigos”.
A escritora utiliza frases pesadas para defender suas idéias, como, por exemplo, “você vai carregar seu filho durante décadas. Um verdadeiro fardo do qual será difícil ficar livre. Um conselho: se for para alimentar um parasita, prefira um gigolô.”
Maier afirma que o fato dela mesma ter tido filhos permite que ela tenha a independência necessária para falar sobre o assunto. “Se eu não tivesse filhos, achariam que sou uma velha amarga”.
Para o jornal Le Figaro, No Kids é um “ensaio provocador”. O jornal escreve que a ironia da autora “ajuda a expor de forma divertida idéias sem grande originalidade, como seu discurso sobre a idolatria dos filhos e os malefícios da educação contemporânea”.
A autora trabalha atualmente como psicanalista em Paris e Bruxelas, depois de ter sido despedida da companhia de energia francesa EDF, conseqüência da publicação de “Bom dia Preguiça”.
Além do livro de Corinne Maier, o filme Eu detesto os filhos dos outros, lançado na semana passada no país, também aborda de forma irônica o assunto.
O livro, lançado pela Editora Michalon, já vendeu 45 mil exemplares e está nas listas dos mais vendidos na França. A tiragem inicial foi de 10 mil cópias e, em apenas um mês, No Kids já está em sua quarta edição.
A autora, Corinne Maier, psicanalista e economista, já havia causado polêmica na França em 2004 quando lançou Bom dia Preguiça, no qual ensinava como manter o emprego trabalhando o menos possível.
“Franceses, enfim a verdade: as crianças são o inferno. Quarenta razões para não ter filhos são ainda bem pouco. Em nosso país, líder em natalidade na Europa, só há uma única solução: a contracepção”, escreve a autora em seu site internet para explicar seu novo livro.
Segundo Maier, 43 anos e mãe de dois adolescentes, de 13 e 11 anos, “quanto mais a natalidade aumenta, menos as pessoas dizem que são felizes”.
"Aspiração idiota"
Para ela, filhos “custam caro, poluem e sobretudo afundam a existência das pessoas”.
“Para os filhos, devemos renunciar a todo o resto, como lazeres, vida de casal, amigos, sexo e mesmo sucesso social no caso das mulheres. E isso, durante 20 anos, até que a maravilhosa criança radiante se transforma em um jovem sem futuro, um desempregado, um perdedor”, diz ela.
No melhor dos casos, segundo sua avaliação, o filho se transformará em “simples recursos humanos” para a sociedade.
Os títulos dos capítulos de No Kids dão um boa idéia da tese defendida pela autora.
O livro aborda inicialmente o desejo de ter filhos, definido como “uma aspiração idiota”. Depois a autora analisa a fase “metrô, trabalho, crianças, não obrigado” e diz em outro capítulo que filhos são “aliados do capitalismo”.
Maier escreve também que as pessoas ficarão “certamente decepcionadas com os filhos” e conclui com a seguinte questão “por que se matar por alguém que será um excluído no futuro”?
"Um fardo, um parasita"
Para a autora, os filhos impedem as pessoas de desfrutar da vida. “Acreditem, eles serão criativos nessa área. Eles ficarão doente quando você quiser sair para se divertir e vão atrapalhar quando você fizer uma festa com os amigos”.
A escritora utiliza frases pesadas para defender suas idéias, como, por exemplo, “você vai carregar seu filho durante décadas. Um verdadeiro fardo do qual será difícil ficar livre. Um conselho: se for para alimentar um parasita, prefira um gigolô.”
Maier afirma que o fato dela mesma ter tido filhos permite que ela tenha a independência necessária para falar sobre o assunto. “Se eu não tivesse filhos, achariam que sou uma velha amarga”.
Para o jornal Le Figaro, No Kids é um “ensaio provocador”. O jornal escreve que a ironia da autora “ajuda a expor de forma divertida idéias sem grande originalidade, como seu discurso sobre a idolatria dos filhos e os malefícios da educação contemporânea”.
A autora trabalha atualmente como psicanalista em Paris e Bruxelas, depois de ter sido despedida da companhia de energia francesa EDF, conseqüência da publicação de “Bom dia Preguiça”.
Além do livro de Corinne Maier, o filme Eu detesto os filhos dos outros, lançado na semana passada no país, também aborda de forma irônica o assunto.
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