Publicado em 27.07.2007
Os atores Ana Beatriz Nogueira e Eriberto Leão contracenam em Fala baixo senão eu grito, texto cômico-dramático de Leilah Assumpção encenado pela primeira vez em 1969
Tatiana Notaro
Especial para o JC
Especial para o JC
Recife recebe neste fim de semana, no palco do Teatro de Santa Isabel, o espetáculo Fala baixo senão eu grito. Sob a direção de Paulo de Moraes (o mesmo da paranaense Armazém Cia de Teatro), os atores Eriberto Leão e Ana Beatriz Nogueira interpretam um texto cômico-dramático da paulista Leilah Assumpção, escrito em 1969. No enredo, um mergulho na vida solitária de Mariazinha, mulher quarentona, solteira, que vive em um quarto de pensão na cidade de São Paulo. “Por fora, a casa está caindo aos pedaços, mas por dentro é tudo organizado. Assim é a vida dela. Mariazinha cria uma realidade para convencer a si mesma que está tudo bem”, diz Ana Beatriz. “A solidão dela é patológica, agravada cada vez que a programação da televisão termina”, explica a atriz, que define sua personagem como “um projeto de gente que não deu certo”.
O cenário é composto por 20 televisores de tamanhos e cores diferentes, uma idéia do diretor Paulo de Moraes e da cenógrafa Carla Berri. “É nessa atmosfera que a personagem se apresenta ao público. O ambiente é claustrofóbico, sufocante, e reflete a solidão de Mariazinha, com quem as pessoas têm uma identificação imediata”, diz o diretor.
Na vida regrada e cheia de convenções da mulher, surge a figura do ladrão. “Minha personagem aparece como um anjo exterminador que entra em cena através de uma televisão e com revólver em punho, anuncia o assalto. Na verdade, ele vem assaltar as convicções de Mariazinha”, diz Eriberto Leão que já interpretou o papel de Jesus Cristo, em Nova Jerusalém, e atuou em novelas. O ator participa de chat hoje às 15h no JC OnLine.
O ladrão é um defensor da anarquia e da subversão, que não acredita nos caminhos convencionais para a felicidade. “De maneira cômica, ele bate forte na acomodação à rotina que todos temos. Aquela conversa de dormir oito horas, sair de casa com rumo definido e, na verdade, nem saber aonde se quer chegar. É o que eu chamo de ‘pseudo-fórmula da felicidade’”, diz o ator. Discutindo se o ladrão é real ou uma criação da mente solitária de Mariazinha, Eriberto defende sua personagem. “Pode ser dúbio, mas para mim ele é de verdade. Eu estou ali de verdade”.
A primeira montagem de Fala baixo senão eu grito é de 1969, com Marília Pêra no papel principal. Os quase 40 anos desaparecem diante da atualidade da história. “Quando decidi que era hora de fazer uma produção minha, em 2005, estabeleci que o texto seria de um autor brasileiro. Já era fã de Leilah, mas nunca tinha lido Fale baixo.... Não atualizamos porque foi desnecessário”, diz Ana Beatriz, também co-produtora do espetáculo, trabalho que divide com Eduardo Barata. A atriz tem formação teatral e atua em novelas. Já foi premiada com um Urso de Prata de melhor atriz, no Festival de Cinema de Berlim, pelo filme Vera, de Sérgio Toledo.
A turnê de Fale baixo senão eu grito começou no final de março e já passou por três cidades de Santa Catarina, além Porto Alegre, Brasília e Belo Horizonte. A estréia no Santa Isabel acontece hoje, em encenação apenas para convidados, e está aberta ao público no sábado, às 20h, e no domingo, às 20h. Os ingressos estão à venda na bilheteria do Teatro Santa Isabel por R$ 50, inteira, e R$ 25, a meia-entrada.
O cenário é composto por 20 televisores de tamanhos e cores diferentes, uma idéia do diretor Paulo de Moraes e da cenógrafa Carla Berri. “É nessa atmosfera que a personagem se apresenta ao público. O ambiente é claustrofóbico, sufocante, e reflete a solidão de Mariazinha, com quem as pessoas têm uma identificação imediata”, diz o diretor.
Na vida regrada e cheia de convenções da mulher, surge a figura do ladrão. “Minha personagem aparece como um anjo exterminador que entra em cena através de uma televisão e com revólver em punho, anuncia o assalto. Na verdade, ele vem assaltar as convicções de Mariazinha”, diz Eriberto Leão que já interpretou o papel de Jesus Cristo, em Nova Jerusalém, e atuou em novelas. O ator participa de chat hoje às 15h no JC OnLine.
O ladrão é um defensor da anarquia e da subversão, que não acredita nos caminhos convencionais para a felicidade. “De maneira cômica, ele bate forte na acomodação à rotina que todos temos. Aquela conversa de dormir oito horas, sair de casa com rumo definido e, na verdade, nem saber aonde se quer chegar. É o que eu chamo de ‘pseudo-fórmula da felicidade’”, diz o ator. Discutindo se o ladrão é real ou uma criação da mente solitária de Mariazinha, Eriberto defende sua personagem. “Pode ser dúbio, mas para mim ele é de verdade. Eu estou ali de verdade”.
A primeira montagem de Fala baixo senão eu grito é de 1969, com Marília Pêra no papel principal. Os quase 40 anos desaparecem diante da atualidade da história. “Quando decidi que era hora de fazer uma produção minha, em 2005, estabeleci que o texto seria de um autor brasileiro. Já era fã de Leilah, mas nunca tinha lido Fale baixo.... Não atualizamos porque foi desnecessário”, diz Ana Beatriz, também co-produtora do espetáculo, trabalho que divide com Eduardo Barata. A atriz tem formação teatral e atua em novelas. Já foi premiada com um Urso de Prata de melhor atriz, no Festival de Cinema de Berlim, pelo filme Vera, de Sérgio Toledo.
A turnê de Fale baixo senão eu grito começou no final de março e já passou por três cidades de Santa Catarina, além Porto Alegre, Brasília e Belo Horizonte. A estréia no Santa Isabel acontece hoje, em encenação apenas para convidados, e está aberta ao público no sábado, às 20h, e no domingo, às 20h. Os ingressos estão à venda na bilheteria do Teatro Santa Isabel por R$ 50, inteira, e R$ 25, a meia-entrada.
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