Passam-se os anos. Muitos e rápidos. Velozes, cruéis... Com eles, além dos segundos, levam nossa vitalidade, nossos sonhos, nossos amigos...
Se hoje eu já não reconheço esse advogado centrado, sério, cheio de compromissos; comigo estará sempre aquele menino chatinho, birrento, todo dono de si e cheio de porquês. Aquele mesmo, doce e carinhoso, que poucos tiveram o privilégio de conhecer. Por isso, o privilégio foi meu, de elegê-lo, entre tantos, o irmão consangüíneo que eu não tive.
O tempo encarregou de nos afastar. “Ouvir falar” ou esbarrar em qualquer shopping da vida são os nossos encontros hoje. Imaginá-lo advogado, pai de família, chefe ou qualquer outro título desses, é cobrar demais da minha imaginação. As lembranças teimam em suprimir a realidade e ainda o vejo fardado, na flor da adolescência, a passar-me broncas, assumindo o papel que lhe foi devido.
Hoje, 17 anos depois do começo, eu o amo ainda mais. E nem essa distância que a vida nos impõe, nem meus olhos, que pouco o reconhecem, são capazes de acabar com isso. Nem o tempo, por mais que tente!
Muitos parabéns, com toda a força dessas simples palavras.
Sua irmã.
(edição 2, de 20 de junho)
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