Filme sobre Chacrinha estreia no Festival do Rio
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"Eu gostaria de agradecer a todas as pessoas que têm visitado meu website. Infelizmente, desde que fiquei extremamente ocupado durante os últimos meses, não tenho tido condições de responder alguns e-mails, mas eu leio a todo eles com muito cuidado. Obrigada a todos" (sic).
O lugar que abriga o milagre envergonha. Não há banheiro nem água encanada. O mato seco serve de esconderijo para a humilhação. De dia, o mormaço do Sertão é espantado por um ventilador doado. À noite, são os morcegos que espantam o sono. O retorno para casa trouxe a realidade de volta. O quarto onde Marciano Menezes da Silva, 16 anos, foi marcado por um morcego mais parece um celeiro. De tão precária, a casa de taipa da família está fechada. Dias antes da chegada do garoto a Floresta, todos se mudaram para a casa da avó. Lá, pelo menos, é parede de tijolo e piso de cimento. O banho foi improvisado na varanda. Marciano reclama. Tem medo de cair da cadeira de rodas. O pai ajeita. Segura o menino sem poder. Na falta de tudo, os dias se limitam a cama e televisão. O jovem que derrotou a raiva pode ser vencido pela pobreza.
Não é fácil chegar à casa de Marciano. Não bastasse morar no Sertão, a 433 quilômetros do Recife e a sete horas de viagem da capital, o menino vive no meio do mato, na zona rural de Floresta. Do Centro do município, dá quase uma hora de asfalto e estrada de barro. Difícil na estiagem, o caminho esburacado de terra fica impossível no inverno. Para o agricultor João Menezes, pai de Marciano, ir até a cidade significa gastar R$ 15. É o preço da lotação. Daqui a três semanas, quando deverá retornar ao Recife para fazer uma cirurgia no quadril, Marciano terá que se acostumar a essa longa jornada. Pelo menos uma vez por semana, precisará fazer fisioterapia na Associação de Apoio à Criança Deficiente (AACD), na Ilha Joana Bezerra, área central da capital. É no tratamento intensivo que repousam suas chances de voltar a andar.
Escondida na caatinga, a miséria assombra a recuperação do garoto. Ele não gosta da cadeira de rodas. Ela lhe deixa inseguro. As pernas e a coluna doem. Mesmo se estivesse mais familiarizado com o equipamento, de pouco ele lhe serviria para quebrar os dias de cama do hospital. Tudo em volta da casa de Marciano é pedra. O terreno irregular impede qualquer tentativa de passeio. O máximo de frescor que o menino experimenta é quando os pais colocam a cama de frente para a porta da casa. Dá para distrair um pouco os olhos que não saem da frente da TV, espiando o terreiro de poucas árvores.
Um dia depois de ter voltado para casa, o jovem quase não dormiu com o barulho dos morcegos no telhado. No dia seguinte, as fezes do animal eram a prova de que o perigo ronda a casa. “Ele ficou assustado. Com medo de ser atacado novamente”, diz a mãe, Sônia Menezes, que também não conseguiu pregar os olhos. Seu João, o pai, desafia os limites do corpo. Carrega Marciano de um lado para o outro buscando forças onde não tem. A hérnia de disco faz sua coluna queimar. Os exames acusaram vários bicos de papagaio nas costas. “Eu tô pegando ele porque é o jeito. Mas tem hora que a dor tira o meu fôlego”, resigna-se. Dona Sônia teme que o marido não aguente e deixe Marciano cair. “Mas ele só confia nos braços do pai para sair da cama”, conforma-se.
A dor nas costas não ameaça apenas os deslocamentos do filho. Seu João tirava do plantio do milho e feijão o sustento da família. Quando a situação apertava, ganhava um trocado queimando madeira para fazer carvão. Os oito filhos dependem do agricultor para comer. “Com essa hérnia, não vou mais aguentar cuidar da roça. Vai ficar tudo mais difícil”, lamenta. Com a doença de Marciano, ele deixou o roçado para trás. Faz um ano, desde que o garoto foi internado no Hospital Universitário Oswaldo Cruz, no Recife, que o cuidado com o sítio foi deixado de lado. A família está vivendo do salário mínimo que Marciano passou a receber do INSS.
No último sábado, um sopro de esperança chegou em forma de promessa para Marciano e sua família. Após tomar conhecimento das dificuldades enfrentadas pelo garoto, a prefeita de Floresta, Rosângela Maniçoba, garantiu à reportagem do Jornal do Commercio que o menino receberia toda a assistência necessária no tratamento. No dia seguinte, cinco secretários – de Educação, Obras, Agricultura, Assistência Social e Saúde – visitaram a casa do garoto, anunciando tudo que será feito. Prometeram cavar um poço, reformar a casa, construir um banheiro, levar professora particular e alugar uma casa no centro da cidade. Servirá de ponto de apoio no difícil caminho da recuperação.
» Quem quiser ajudar pode doar qualquer quantia no Banco Real, em nome de João Gomes de Menezes, agência 1035-9, conta-poupança 21743385-1
Dica: Projeto Seis e meia traz Guilherme Arantes pro Teatro do Parque na próxima quinta, às 19h. Ingressos à R$ 20 e R$ 10.
Guilherme tá empoeirado, mas ainda gosto.
Sim, concordo que Céu canta bem (se não pensasse assim , não teria ido ao show). Quanto ao local, achei que fosse adequado, a julgar pelo “balanço” da música, que não é dos mais agitados. Só que eu mudei de ideia depois que percebi o típico de público que ela atrai. Lembrando que no outro show que ela fez aqui, no Abril pro Rock, fica difícil de avaliar o público específico de cada artista.
Quanto ao preço dos ingressos, continuo defendendo que R$ 30 não tem nada de “popular”. Quando uma empresa do porte da Natura se propõe a patrocinar shows selecionados através de concurso (com edital e tudo), pressupõe-se que o intuito é atingir um público que não teria acesso não fosse o subsidio. E vendo o público presente no teatro, não vi nada de novo, salvo algum engano.
Se bem que, com um salário de R$ 465, não tem valor que seja popular para o que é “supérfluo”. Nesse caso, popular e acessível de verdade, só aqueles showzinhos legais que a prefeitura promovia na estação de Metrô – de graça e no horário de pico. Né verdade?
Mas aí é outra história.