domingo, 29 de outubro de 2006

"As possibilidades de felicidade / São egoístas, meu amor..."

Dois dias pensando. As imagens vão e vêm e eu fico só pensando.

O problema de pensar é que eu tenho milhões de neurônios e acho que cada um deles tira as suas próprias conclusões. A população cerebral se divide entre oposição, direita e indecisos. Há também os anarquistas, que não sabem nem do que se trata, mas pensam nas maiores loucuras que eu sou capaz e são eles que me matém viva. Transformam o meu esporádico (mas fatal) tédio na mais linda das melodias.

A música ludibria todas as facções e eu fico rindo das minhas próprias dúvidas, embora esteja absolutamente certa das minhas certezas. As certezas satisfazem e eu aprecio meu estado de paz. Talvez seja egoísmo, mas não deixa de ser bom. Todas as outras "coisas" perdem o valor, por que existe outra que retém todos os sentidos pra si, então ela vale mais, e tende a se valorizar. Cotações altíssimas para os dias que se seguem, e todos os outros...

Estava triplamente tonta no final da sexta. Verdades ditas, verdades reveladas e a taça que Brigite me trouxe roubaram todas as minha preciosas palavras. Cheguei em casa num piscar de olhos, não pela velocidade, mas por que estava completamente alheia ao movimento lá fora.

Talvez aquela noite merecesse uma mensagem daquelas, lindas, mas eu não consegui. Antes de dormir, cheguei à conclusão de que palavras àquela hora eram desnecessárias. Naquele momento eram... pra mim bastou o beijo mais verdadeiro que eu já dei em alguém.

Mas a vida é feita deles (momentos), dos conflitos dos meus neurônios e das mãos e olhos mais lindos que eu já vi...


Musique-se

Todo o Amor Que Houver Nessa Vida

Cazuza

Eu quero a sorte de um amor tranqüilo
Com sabor de fruta mordida
Nós, na batida, no embalo da rede
Matando a sede na saliva

Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum trocado pra dar garantia

E ser artista no nosso convívio
Pelo inferno e céu de todo dia
Pra poesia que a gente não vive
Transformar o tédio em melodia

Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum veneno anti monotonia

E se eu achar a sua fonte escondida
Te alcanço em cheio o mel e a ferida
E o corpo inteiro como um furacão
Boca, nuca, mão e a tua mente, não

Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum remédio que me dê alegria
E algum remédio que me dê alegria


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Se eu soubesse tocar violão, todas essas estrofes e cada uma das suas cifras poderiam ser minhas...

Passarinho, "te amo do umbigo"...

Acho que vou ver o sol da tarde.

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